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São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

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Leis e instituições alteram panorama


Fomento, CEUs, centros culturais e investimentos privados ajudam a tornar viável a nova produção teatral paulistana


FREE-LANCE PARA A FOLHA

A mudança de fisionomia do panorama teatral é atribuída pelos artistas, em grande parte, ao surgimento de novos "personagens" na cena da metrópole.
O mais comentado deles porta um nome algo pomposo: Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Conquista da classe teatral da cidade, que conseguiu aprovar na Câmara Municipal, por meio do movimento Arte Contra a Barbárie, o dispositivo, a Lei de Fomento concede aos grupos escolhidos verbas para a pesquisa e a execução de trabalhos.
"O Fomento veio no rastro de um movimento que independeu do incentivo público. É a nossa sociedade respondendo, ainda que timidamente, a um processo de amadurecimento", afirma Ivam Cabral, 35, do grupo Os Satyros, um paranaense que deixou o cargo de operador da Bolsa de Valores para virar ator.
Não que o Fomento esteja imune às críticas. O diretor Marco Antônio Braz, 37, do Círculo dos Comediantes, que se dedica à obra de Nelson Rodrigues, diz achar que os critérios de escolha são falhos e que muitas vezes passam por "preferências ideológicas" da comissão julgadora. "Talvez haja preconceito em relação a Nelson." Sua companhia concorreu em três editais do programa, mas não foi selecionada.
Os CEUs (Centros Educacionais Unificados) surgem com demandas por peças e arte-educadores. Fora da esfera pública, o Serviço Social do Comércio (Sesc), sem patrocinar as montagens, cede a infra-estrutura. "O Sesc colaborou com isso [mudanças] e hoje já temos outras referências", diz o ator Hugo Possolo, 41, dos Parlapatões, Patifes & Paspalhões.
A exemplo do Sesc, instituições privadas costumam receber e produzir -integralmente- projetos de teatro. É o caso do Sesi (Serviço Social da Indústria e do Comércio) e do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Na esfera pública, há o Centro Cultural São Paulo (CCSP), que recebe inscrições e concede, no caso de seleção, salas, equipamento e reversão da bilheteria para os artistas.
Uma opção para quem não tem verba para alugar teatros particulares é tentar os espaços públicos, que cedem os palcos sem ônus financeiros. (PID)

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