UOL


São Paulo, domingo, 14 de dezembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Novas opções surgem nos bastidores das peças

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Diversificar as atuações é também a palavra de ordem entre as pessoas que trabalham nos bastidores do palco -dramaturgos, diretores, iluminadores, cenógrafos, figurinistas, produtores.
Se fazer comerciais ou dar aulas de interpretação constituem alternativas de sobrevivência para os intérpretes, ter outras atividades que utilizem a vocação para a escrita é muitas vezes comum entre os autores teatrais.
Aimar Labaki, 43, que criou os textos "A Boa" e "Vermouth", por exemplo, escreve para a TV e para eventos empresariais. "Quando o teatro estiver organizado como atividade econômica, o ofício de dramaturgo será também uma profissão. Até lá, somos todos "diletantes". Mas esse não é um problema só brasileiro", analisa.
Bosco Brasil, 43, criador do sucesso "Novas Diretrizes em Tempos de Paz", está concebendo dois episódios da série "Carga Pesada". "No momento, eu poderia estar vivendo só de teatro. Mas há nove anos trabalho em televisão e é de lá que tem saído o meu sustento certo. Lá sou assalariado."
Para o jornalista e dramaturgo Sérgio Roveri, 43, da peça "O Horário de Visita", a precariedade ainda impera. "Os artistas no Brasil infelizmente ainda são mambembes: a cada temporada que termina, eles têm de começar tudo de novo. Não existe a segurança de um emprego formal."
Há, porém, quem viva exclusivamente do teatro. É o caso de Eduardo Tolentino, 49, diretor do grupo Tapa e defensor da visão de que há dois modos distintos de se encaminhar uma carreira. "Ou você é um solista, que depende dos seus contatos, ou pode querer solidificar a carreira se juntando a grupos, como se tem feito."
Entre as alternativas de trabalho, diz o arquiteto, cenógrafo e figurinista José Carlos Serroni, 53, estão "publicidade, cinema, TV, criação de vitrines e de estandes". A iluminadora Marisa Bentivegna, 32, concorda. Ela trabalha com músicos tais quais Antonio Nóbrega e Paula Lima. "Os shows são uma maneira de conseguir o sustento", avalia. (PID)


Texto Anterior: Segmento sofre com críticas acadêmicas e do meio artístico
Próximo Texto: Dramaturgo refuta concessões em seu trabalho
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.