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São Paulo, domingo, 17 de agosto de 2003

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TRADUZINDO

Aula personalizada ajuda a ler originais de Marx

EMIR SADER
sociólogo

Eu estudei filosofia na USP (Universidade de São Paulo), ainda na rua Maria Antonia. Por rigor, era indispensável ler os autores no original. Assim, primeiro estudamos grego para poder ler Platão e Aristóteles.
Mais tarde, quando escolhi um tema de Marx para fazer tese de mestrado -defendida em 1968, mas só publicada 25 anos depois, com o título "Estado e Política em Marx"-, tive de estudar alemão. Fiz um ano de Instituto Goethe para aprender o básico.
Posteriormente, procurei a mãe de uma professora de antropologia -dona Grette, mãe de Renate Nutzler- para ter aulas particulares durante vários meses. Eu lhe adiantei que não tinha a pretensão de aprender a falar ou a escrever alemão em pouco tempo e que, além disso, pretendia estudar diretamente nos textos de Marx.
Ela, extraordinária professora, alemã de origem, foi de fundamental valia. Era clara a sua falta de identidade com os textos de Marx, mas ela se limitava a propor as formas possíveis de compreensão e de interpretação.
Eu ajudava com o que sabia de polêmica a respeito de alguns conceitos, conforme as traduções. Especialmente na filosofia e na literatura, perde-se o fundamental -o estilo nesse caso, a precisão dos conceitos no outro-, se não se lê um autor no idioma original.


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