São Paulo, domingo, 23 de maio de 2004

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Reação da mulher é chave para recolocação

DA REPORTAGEM LOCAL

Em um casamento, quando o emprego perdido é o do marido, a mulher concentra o poder de levantar a auto-estima dele. Ou de prejudicá-lo ainda mais.
A afirmação é unânime entre os consultores, que enxergam grande impacto na participação feminina. Eles apontam as mulheres que também trabalham fora como capazes de atravessar a situação com mais compreensão.
"Por não encarar o cônjuge como único provedor da casa, a parceira empregada dá a ele a chance de decidir com calma o novo rumo. A volta ao mercado é mais segura", descreve Mariá Giuliese, da Lens & Minarelli Associados.
Hoje, alguns processos de recolocação -principalmente de executivos- já prevêem a colaboração delas. "Costumo chamá-las e encarregá-las de manter o ânimo [do candidato] elevado. Isso aumenta as chances de ele se recolocar. Já a tensão e as cobranças surtem o efeito contrário, o desempenho dele cai", enfatiza Denise Kamel, da consultoria Selectus.
"Por favor, não me venha com essa história de novo" foi o comentário feito pela mulher do executivo A.J. quando ele anunciou que tinha um comunicado importante a fazer para a família.
Dona-de-casa, ela se referia a um período anterior de nove meses de desemprego dele. "Quando confirmei a suspeita dela, foi um transtorno, uma tristeza. Ela chorou muito", relata o profissional, que está cumprindo aviso prévio.


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