São Paulo, domingo, 23 de maio de 2010

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OPINIÃO

Capacidade, necessidade e risco definem a equação moderna de remuneração

GILSON SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

De cada um segundo sua capacidade, a cada um segundo suas necessidades. Assim Karl Marx resumiu o debate sobre distribuição de renda. Desde a Idade Média, os escolásticos buscavam o "preço justo". Mas o século 20 complicou a equação.
Além de capacidade e necessidade, a remuneração depende de uma dimensão que desafia nossa aptidão para calcular: o risco. Quem não arrisca não petisca. Correr riscos é tão essencial ao capitalismo quanto explorar em cada indivíduo o máximo de sua capacidade ou atender às necessidades básicas dos trabalhadores.
A remuneração dos profissionais que atuam em mercados de risco é proporcional ao resultado obtido (em dinheiro ou ações). Nos EUA, é comum distribuir assim mais de 50% dos resultados de uma instituição financeira.
O petisco depende da rentabilidade da atividade em que se investiu. O problema moral e político surge quando o risco é manipulado e há maquiagem de informações.
Após a crise, nos EUA muitos passaram a considerar imorais os lucros com reinvestimento de dinheiro público. Mas os bancos sobreviventes devolveram o dinheiro ao governo e continuam premiando regiamente seus pilotos campeões.

GILSON SCHWARTZ, economista e sociólogo, é professor de iconomia da ECA-USP e autor de "Folha Explica as Profissões do Futuro" (Publifolha)



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