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OPINIÃO
Capacidade, necessidade e risco definem a equação moderna de remuneração
GILSON SCHWARTZ
ESPECIAL PARA A FOLHA
De cada um segundo sua
capacidade, a cada um segundo suas necessidades.
Assim Karl Marx resumiu o
debate sobre distribuição de
renda. Desde a Idade Média,
os escolásticos buscavam o
"preço justo". Mas o século
20 complicou a equação.
Além de capacidade e necessidade, a remuneração
depende de uma dimensão
que desafia nossa aptidão
para calcular: o risco. Quem
não arrisca não petisca.
Correr riscos é tão essencial
ao capitalismo quanto explorar em cada indivíduo o máximo de sua capacidade ou
atender às necessidades básicas dos trabalhadores.
A remuneração dos profissionais que atuam em mercados de risco é proporcional
ao resultado obtido (em dinheiro ou ações). Nos EUA, é
comum distribuir assim mais
de 50% dos resultados de
uma instituição financeira.
O petisco depende da rentabilidade da atividade em
que se investiu. O problema
moral e político surge quando o risco é manipulado e há
maquiagem de informações.
Após a crise, nos EUA muitos passaram a considerar
imorais os lucros com reinvestimento de dinheiro público. Mas os bancos sobreviventes devolveram o dinheiro ao governo e continuam
premiando regiamente seus
pilotos campeões.
GILSON SCHWARTZ, economista e
sociólogo, é professor de iconomia da ECA-USP e autor de "Folha Explica as Profissões
do Futuro" (Publifolha)
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