São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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Iniciativa exige bom senso e transparência

DA REPORTAGEM LOCAL

Estabelecer os limites das políticas internas de uso de internet e de e-mail é uma questão bastante delicada.
De olho no prejuízo, os dirigentes precisam ter cautela para não assumir ares de "espionagem" e gerar desconforto no ambiente de trabalho. Já entre os funcionários, o controle raramente é recebido com naturalidade.
"Por ser um tema recente, não há lei clara para nortear as decisões", comenta Augusto Tavares Rosa Mancacini, 37, vice-presidente da comissão de informática jurídica da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil).
Não é o que pensa Leonardo Leite, 37, advogado especializado em internet e comércio eletrônico. "A própria legislação trabalhista autoriza cobranças relativas ao uso de ferramentas de trabalho, prevendo exceções à privacidade, como acontece nas revistas em fábricas."
Mancacini acredita que os departamentos de recursos humanos deveriam avaliar a relação custo-benefício da fiscalização integral, considerando o constrangimento imposto aos funcionários.
Um exemplo de resultado negativo é a sensação diária da auxiliar de marketing C., que não quis se identificar. Ela é funcionária de uma multinacional que adotou o monitoramento eletrônico.
"Tenho até medo de acessar minha conta e eles estarem olhando quanto tenho."
"A transparência com o funcionário é fundamental. Se ele é monitorado, precisa saber como e em quê. É isso o que diferencia o controle lícito do ilícito", esclarece o advogado Marcos da Costa, 37, da comissão de informática jurídica da OAB-SP.


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