São Paulo, domingo, 28 de novembro de 2004

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ESPORTE NACIONAL

Em cartório, equipe "fala mal" de "Os Aspones"

Rogério Cassimiro/Folha Imagem
Funcionários do 22º Ofício Cível Central, na última quarta-feira


FREE-LANCE PARA A FOLHA

Falar mal dos outros é o esporte nacional, afirma o personagem de Pedro Paulo Rangel em um dos episódios da série "Os Aspones". No programa, funcionários públicos que nada têm para fazer transformam o nome do órgão em que "trabalham", o FMDO, de Fichário Ministerial de Documentos Oficiais para Falar Mal Dos Outros.
Também sem papas na língua, funcionários públicos do Fórum João Mendes, em São Paulo, a pedido da Folha, revelaram o que pensam do programa.
"Estou gravando tudo. Eles mostram, com humor, algo que é verdade, a burocracia para conseguir as coisas", disse Sidnei Gambarini, 29.
O comentário causou protestos dos colegas. "O programa passa toda a responsabilidade [pela burocracia] para o funcionário. E nós não só discordamos como também somos vítimas desse sistema", diz Márcia Coelho, 32. Roberto de Oliveira, 35, lembra que, mesmo sem criar as normas, os funcionários têm de ouvir as reclamações.
"Acho a série pejorativa", emenda Eliane Feitosa, 35. Já Fabiano Coccia, 25, destaca que serviço não falta. "Tem sempre muito trabalho para fazer."
Já Antonio Hilário Ramos, 53, diz que acha graça no programa. "Não é uma generalização, é uma piada. Quem está no serviço público sabe que tem gente que trabalha muito e tem quem chega e nem amarrota a roupa."
"Sou filho de funcionários públicos, pai e mãe. Sei que essa fama não é toda a realidade. O que é massacrante é a burocracia", diz o ator Pedro Paulo Rangel, 56. "O foco [da série] está nas relações humanas. Poderia ser numa oficina mecânica, mas colocar a história numa repartição dá tempero. Todo mundo tem uma experiência de má vontade do serviço público." (BL)


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