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spa
Nova seção do Equilíbrio vai trazer um spa a cada dois meses
Lapinha trata o corpo, a mente e a alma
Brasílio Wille/Divulgação
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Descanso após caminhada seguida de hidroterapia no tanque de Kneipp |
BELL KRANZ - EDITORA DO EQUILÍBRIO
"A Lapinha não é um spa, né?" "É um spa, sim". "Eu também
acho que não é." "É um spa, mas diferente..." Esse trecho da
conversa travada entre quatro hóspedes recém-chegados à Fazenda
Margarida, onde fica instalada a Lapinha, no Paraná, mostra o caráter
particular do lugar.
Se você pensa em spa como um espaço estruturado para ajudá-lo a
emagrecer e relxar, então a Lapinha
corresponde ao título. Mas, se você
imaginar que esse tipo de estabelecimento não é capaz de induzir o recolhimento, inspirar a reflexão sobre
valores e questões do espírito, por
exemplo, então a Lapinha passa a ser
mais do que um spa. A clínica vai
além da proposta padrão de emagrecer e relaxar, promovendo bem-estar
de uma forma especial.
A própria história da Lapinha é um
diferencial. Sua fundadora, uma descendente de alemães perseverante e
muito à frente do seu tempo, tinha 81
anos anos quando realizou seu grande sonho: trazer da Suíça a terapia naturista que a ajudou a se livrar de um
antigo mal gástrico e que tal "empreendimento glorificasse Deus e que
fosse não um meio de enriquecimento, mas de serviço ao ser humano em
sua busca por cura", segundo registra
o livro "Lapinha - a Natureza da Lapa", sobre o contexto histórico, geográfico e cultural em que surgiu a Lapinha, há 30 anos.
Hoje, é dirigida por Dieter Brepohl,
53, neto da dona Margarida, como é
chamada a fundadora, morta em 75.
Ao conceito médico da clínica suíça
Bircher-Benner, que tratou de dona
Margarida, outras linhas foram integradas, com a introdução de tratamentos de clínicas de ponta na Europa. Estresse, obesidade, prevenção
geriátrica e reabilitação cardíaca são o
foco dos tratamentos da Lapinha. E a
base de tudo está no processo de desintoxicação do organismo, realizado
por meio dos cinco pilares da medicina naturista. São eles: nutrição (alimentação orgânica e dieta ovolactovegetariana), ordenoterapia (adoção
de horários fixos para alimentação e
repouso; lá o café da manhã é às 8h, o
almoço, às 12h, o jantar, às 18h, e, às
21h30, hora de ir para a cama), hidroterapia (uso da água como agente terapêutico), fitoterapia (uso da flora
medicinal) e fisioterapia (que inclui
movimentos passivos e ativos).
A ênfase à desintoxicação é vital devido à incapacidade de o corpo se auto-regular naturalmente no dia-a-dia,
quando é sobrecarregado por alimentação exagerada e outros hábitos
ruins, diz o cardiologista e geriatra
Carlos Alberto Almeida de Moraes,
um dos médicos da Lapinha.
O metabolismo é composto por
dois processos: o anabolismo, que é o
mecanismo de reorganização celular
e de preparação para que ocorra o catabolismo, fase em que acontece a
queima de energia. "Aqui, enfatizamos o anabolismo por meio do descanso, dos ritmos obedecidos, permitindo que o corpo exerça o anabolismo da forma que ele precisa." Limpar
o intestino e comer pouco para promover um descanso digestivo fazem
parte da estratégia.
E a essa mudança o corpo reage.
"Às vezes, a pessoa chega e dorme
quatro dias de uma forma "estúpida".
É que no dia-a-dia ela supre o cansaço com muita adrenalina. E aqui cessam-se todos os estímulos, as adições
que dão adrenalina, como café e álcool", diz Moraes.
Todas as atividades são orientadas e
acompanhadas pela equipe médica.
Aliás, na entrada, a pessoa já passa
por uma consulta, faz exames de sangue e, a partir dali, todo o tratamento
é individualizado, da prescrição da
massagem ao cardápio.
"Cada prato é um prato, cada pessoa é uma pessoa", diz Yara Nogueira
do Vale. Ela é a "Haus Mutter" (mãe
da casa, em alemão), que faz o papel
de anfitriã, função comum em clínicas na Europa, e a melhor pessoa para
apresentar a Lapinha. Ela passeia pelos gramados da clínica, apontando
as dependências, como o quiosque,
montado entre árvores frondosas,
que dá vista para os campos e as colinas e onde o hóspede recebe as massagens. Mais à frente, há uma casinha
onde funciona a oficina de arte. "Às
vezes, a pessoa demora para se aquietar internamente. A massagem não
basta para relaxar, então é preciso fazer arte", explica a "Mutter".
A professora aposentada Ruth Musa, 77, vai para a Lapinha porque lá se
recuperou da perda do marido, com
quem foi casada por 49 anos. "Sou
apaixonada pelo verde, e tudo isso
aqui me ajudou muito. Ia sozinha para o bosque e sentia a presença dele
me confortando, mostrando que eu
tinha de continuar a vida."
Mas a maioria dos hóspedes está lá
para emagrecer -na primeira semana, perdem-se de 3 kg a 5 kg. Fome,
há quem passe, claro, e quem cometa
pequenos furtos da mesa vizinha, como em todo bom spa. Aparecida da
Silva Augusta, 56, em uma semana de
Lapinha e "roubando bem na janta",
brinca, perdeu 3 kg, sua pressão caiu
de 17 por 9 para 12 por 8, e a taxa alta
de colesterol também despencou.
Leia, ao lado, mais detalhes sobre os
serviços oferecidos pela clínica.
A jornalista BELL KRANZ viajou a convite da
Lapinha Clínica Naturista
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