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+Corrida - Rodolfo Lucena
Pernas em brasa
O verão derruba os
tempos de qualquer corredor. Ou
você acorda ainda
mais cedo para treinar, ou
corre o risco de ser abatido
pelo calor.
Mesmo atletas de elite
vêem seu desempenho cair
quando o termômetro sobe.
Sua performance é ótima em
temperaturas de 5C a 10C.
Mas cai 0,4% a cada três
graus de alta, em média. A
25C, o desempenho piora
em 5%. É por isso que os recordes são batidos em provas
planas, em clima frio.
A influência do clima é
maior na massa dos corredores: quem terminaria uma
maratona em três horas sob
um frio de 5C ficaria 12%
mais lento sob 25C, fechando em 3h21 (um ótimo tempo para a maioria de nós, de
qualquer forma).
Esses números são resultado de um estudo monstro
feito por uma equipe de pesquisadores do Instituto de
Medicina Ambiental do
Exército dos EUA. Eles analisaram os resultados de 28
anos da maratona de Nova
York, de 35 anos da de Boston e de 23 anos de outras
provas menores.
São corridas cujo trajeto
mudou quase nada ao longo
do período e que sempre tiveram uma grande participação de corredores -em geral,
mais de 10 mil. Para as comparações, eles verificaram as
médias dos tempos dos três
primeiros homens e mulheres e dos corredores que chegaram nos 25º, 50º, 100º e
300º lugares.
Claro que tais dados não
podem ser universalizados.
Pegue qualquer corredor
nordestino de elite e ele vai
sofrer o diabo no frio -aliás,
algumas das mais rápidas
corredoras brasileiras, que
são oriundas do Nordeste,
preferem competir em temperaturas elevadas.
De qualquer forma, já temos uma desculpa científica
para explicar eventuais quedas de tempo em competições de rua durante o verão.
RODOLFO LUCENA , 49, é editor de Informática da Folha , ultramaratonista e autor de
"Maratonando, Desafios e Descobertas nos
Cinco Continentes" (ed. Record)
rodolfolucena.folha@uol.com.br
DE VOLTA
Ronaldo da Costa, o brasileiro que quebrou o recorde mundial da maratona em 1998, quer voltar. Ele terminou a prova em Berlim dando uma estrela e depois se apagou na galáxia esportiva. Agora treina mineiramente na surdina para tentar índice para o Pan. Leia a entrevista exclusiva no meu blog.
A FORÇA DA ÁGUA
Um dos pesquisadores que participaram do estudo citado
acima, Scott J. Montain, também investigou os efeitos da falta de hidratação na performance. Dez voluntários em boa
forma foram testados até a exaustão. A hipohidratação não
afetou a força muscular, mas a resistência dos avaliados caiu
15%. Ou seja, beber água é fundamental em exercícios de longa duração. Há polêmica sobre as quantidades indicadas,
porque o excesso de água também pode ser prejudicial. Em
provas, tomo alguns goles em cada posto de água.
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