São Paulo, quinta-feira, 05 de fevereiro de 2004
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Nova gripe "derruba" brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o Fijian, não importa se é verão nos trópicos -com sol ou chuva, ele pode "derrubar" uma pessoa por uma ou até duas semanas. Essa nova linhagem do vírus da influenza, que já fez milhares de vítimas nos Estados Unidos e na Europa, está chegando ao Brasil. Os sintomas são semelhantes aos de qualquer gripe -dores no corpo, mal-estar, tosse e febre alta-, porém muito mais intensos, e geralmente incluem uma forte irritação na garganta, que pode se transformar em uma amigdalite. A nova variação do vírus da influenza foi batizada de Fijian por ser esse o nome da cidade chinesa onde ele foi detectado pela primeira vez, no ano passado. Entre os muitos vírus que afetam o homem, o da gripe é um dos mais mutáveis. A cada ano, surge uma nova linhagem, com características próprias e ainda mais resistente que as anteriores, o que dificulta o "contra-ataque" do organismo. "O vírus da gripe é bastante instável, muda muito a cada ano", afirma o médico João Toniollo Neto, do Grupo de Investigação da Gripe da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Para combater o Fijian, o paciente freqüentemente precisa de medicação específica, além de repouso. "Não adianta ficar em casa achando que vitamina C e chá resolvem. É preciso tomar antivirais e até antibióticos, além de acompanhar a evolução da doença para que não ocorram complicações", orienta Toniollo. Os primeiros brasileiros que contraíram o Fijian são pessoas que estiveram nos países atingidos pela gripe ou que tiveram contato com pessoas que contraíram a doença e voltaram para o Brasil, afirma Isabella Balallai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunização - Regional Rio de Janeiro. A OMS (Organização Mundial da Saúde) acompanha ano a ano as mudanças do vírus para preparar vacinas específicas contra as variações que estão circulando no ambiente. No ano passado, porém, a vacina que foi disponibilizada no início do outono nos EUA e na Europa ainda não continua a nova linhagem. Segundo Balallai, foi por isso que a doença se alastrou nessas regiões. No Brasil, a previsão é de que a vacina com o vírus Fijian esteja disponível a partir de março. (DB)

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