São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2004
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Ardor na boca
"Tenho mais de 70 anos e, de uns tempos para cá, estou sentindo um ardor na boca -com mais intensidade à noite. Já consultei diversos médicos e dentistas, não obtendo resultado. Há alguma solução para isso?"
Nelson Moraes, São Paulo, SP

A ardência na boca é um problema relativamente comum. Em alguns casos, as causas são fáceis de identificar, o que aumenta a possibilidade de um tratamento eficaz, afirma o cirurgião-dentista Abel Silveira Cardoso, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro e presidente da Sociedade Brasileira de Estomatologia. Entre essas causas, estão hiposalivação (salivação abaixo do normal), inflamação da mucosa por fungos, carência de algumas vitaminas, anemia, diabetes e algumas doenças sistêmicas que se manifestam na mucosa da boca e podem causar ardência. Há casos, porém, em que a origem do problema permanece desconhecida. É a chamada síndrome da ardência bucal (SAB), que ocorre principalmente em mulheres após a menopausa, mas também pode acometer homens. "O diagnóstico da SAB é difícil, pois é feito por exclusão e nem sempre o tratamento é bem-sucedido", diz Cardoso, que sugere procurar um estomatologista (cirurgião-dentista especializado no diagnóstico e no tratamento de doenças da boca).

Secreção incômoda
"Há muitos anos, apresento uma secreção de odor desagradável e cor amarelada que me faz escarrar constantemente e, às vezes, provoca tosse. Já consultei vários médicos, mas o problema permanece."
Edson Oliveira Farias, São Paulo, SP

Essa é uma queixa freqüente, segundo a pneumologista Iara Nely Ficks, do hospital São Luiz (SP). O chamado pigarro crônico é um sintoma muito desagradável, que causa desconforto e angústia, mas raramente indica uma doença grave. "Esse sintoma freqüentemente decorre da tríade formada por alergia, refluxo gastroesofágico -quando o ácido do estômago reflui para o esôfago e garganta- e gotejamento nasal posterior", explica a médica. O primeiro passo é consultar um pneumologista para descartar doenças respiratórias mais graves. Se os pulmões estiverem bem, o paciente deve procurar um clínico-geral ou então especialistas em alergia, otorrinolaringologia ou estômago. "Geralmente, se a alergia, o refluxo e o gotejamento nasal forem tratados em conjunto, o resultado do tratamento é bem melhor", diz Ficks.

Tingimento sob suspeita
"Tenho 33 anos e, no ano passado, comecei a tingir os cabelos. Qual a possibilidade de o tingimento fazer mal ao organismo? É verdade que a química da tintura é metabolizada no fígado? Há uma recomendação de intervalo entre uma pintura e outra para amenizar esses problemas?"
F. C., Rio de Janeiro, RJ

A amônia e, principalmente, o chumbo presentes em algumas tinturas para cabelo são substâncias tóxicas. "Há algum tempo, as tintas continham alta concentração de chumbo, que, ao ser aspirado ou absorvido pela pele, pode provocar danos ao fígado, aos glóbulos vermelhos e às células do sistema nervoso", explica a dermatologista Gilne Valdetaro Rangel. Por isso as autoridades de saúde fixaram um limite máximo de chumbo nesses produtos -de 6 mg para cada grama de tintura, segundo a Vigilância Sanitária. Gestantes e mulheres que estão amamentando não devem usar tintura. "Algumas pesquisas detectaram incidência três vezes maior de tumores cerebrais em crianças cujas mães fizeram uso de tintura e alisantes à base de chumbo, amônia e fósforo durante a gestação", diz Rangel. As fórmulas desse tipo de produto e dos clareadores também contêm substâncias que, mesmo não sendo tóxicas, podem provocar reações alérgicas. "Os tonalizantes são uma boa opção para quem tem até 50% de fios brancos, pois agem mais superficialmente", sugere a médica, que recomenda respeitar um intervalo de, no mínimo, 30 dias entre as aplicações de tintura.


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