São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2000
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boquiaberto

Café com pão de cará
Foram as negras que, no final do século 19, introduziram, no Brasil, o hábito de comer na rua. As alforriadas ficavam com o dinheiro ganho com a venda; aquelas que ainda eram escravas entregavam o lucro para seus donos. O cardápio variava de acordo com a região. Em Salvador, os tabuleiros eram -e ainda são- abastecidos com acarajés e cocadas. Em São Paulo, as escravas serviam café acompanhado por cuscuz, pãozinho de cará e arroz doce.

Peixe de guerra
Em uma época em que, por falta de opção, os alimentos eram consumidos mesmo semi-apodrecidos, o bacalhau foi um achado. Salgado e seco, não apenas se mantinha conservado e nutritivo como saboroso. No século 16, era tão importante que serviu como estopim para guerras. Em 1532, por exemplo, ingleses e alemães lutaram pelo direito à pesca desse peixe em um conflito que ficou conhecido como a Guerra do Bacalhau.

Licor doidão
Quem costuma beber absinto, também conhecido como pastis e anisete, corre o risco de ter alucinações. Em grandes quantidades, este licor é tóxico; possui uma substância psicotrópica semelhante àquela presente na maconha. Por isso foi e continua proibido em países como EUA, França e Suíça. Isso não impediu, porém, que conquistasse fãs ardorosos, como o escritor Paul Verlaine e o pintor Pablo Picasso. Há quem afirme que Vincent van Gogh cortou parte da orelha em plena "viagem" de absinto.

Do pântano para o sorvete
O marshmallow surgiu como um remédio para tosse e dor de garganta. A base da receita original era a raiz de altéia, planta que, em inglês, é conhecida como "marsh mallow" (malva-do-pântano) e é usada pela medicina popular em doenças respiratórias. O sabor e a consistência agradáveis da mistura, que também levava açúcar e clara de ovo, fizeram com que passasse a ser usada como doce.



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