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coluna social
Speto grafita com quixotes
Esta coluna levou o grafiteiro Speto, que sabe tudo de arte urbana e
foi um dos primeiros a colocar
spray nos muros de São Paulo, para colorir a praça 14 Bis, no centro da cidade,
junto com os artistas da agência de grafite Quixote Spray Arte.
A agência transforma em profissão o
que a maioria encara como hobby. Ela
surgiu há quatro meses no projeto social
Quixote, que já resgatou 1.500 jovens, a
maioria deles meninos de rua envolvidos
com drogas e ex-internos da Febem.
Os manos e as minas começam como
alunos e depois vão trabalhar na agência,
cujo lema é Entre o Spray e uma Arma, É
Só uma Questão de Oportunidade. Muitos dos aprendizes não sabem ler nem escrever e, com o spray, aprendem a desenhar o alfabeto. "O objetivo é dar cultura,
e não formar supergrafiteiros. Passando
cultura, damos meios de a pessoa se encaixar na sociedade", diz "Anjo" (Alexandre Ricardo dos Santos), 20, educador da oficina de grafite.
Ao contrário da pichação, o grafite tem
o status de arte urbana. "Antes, eu peço
para o dono do imóvel, mas, se ele não estiver, eu pinto. Já aconteceu de eu estar
grafitando e o dono chegar. Mostrei o desenho, e ele gostou e ainda pagou um almoço", conta Anjo. Seus adeptos garantem que não sujam a cidade, mas a enfeitam e que os lugares e os desenhos são escolhidos a dedo, segundo certos critérios.
![](http://www.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
"Já apanhei da polícia quando era pichador. Dava raiva, aí eu pichava mais.
Queria grafitar, mas não sabia como. Aí
entrei na agência para aprender. Agora
voltei para a escola e não fico mais na rua.
Passo a maior parte do tempo no projeto.
Gosto de pesquisar na internet sites de
grafiteiros famosos", diz o aprendiz Roni
Silva, 15.
Quem quiser encomendar o trabalho
dos jovens profissionais, uma estampa
para a parede da sala, por exemplo, vai
desembolsar R$ 60 pelo metro quadrado.
"Tem muito grafiteiro que é contra fazer
grafite por dinheiro. Se a gente sai fazendo isso pela cidade, por que não pode ganhar? O Doze Green, um americano das
antigas, chega a cobrar U$ 15 mil por
uma tela", diz o veterano Speto.
Para encomendas de grafite ou workshops: tels.
0/xx/11/5571-976 e 0/xx/11/5576-4386; e-mail:
agenciaquixote@epm.br. Toda semana a "Coluna Social" leva uma personalidade para contribuir
com um projeto social.
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