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Do sedentarismo à academia
A gota d’água foi o dia em que ele fez as malas e ameaçou sair de casa. "Você vai comigo para a academia", ela retrucou. A cena
de briga era mais um capítulo da longa novela que havia se tornado a vida do casal Esther, 47, e Giuseppe Carneiro Quarta, 48. O
motivo da discussão era sempre o mesmo: as horas que ela dedicava ao voleibol.
Ele reclamava da ausência da mulher: academia três vezes por semana, treinos diários de vôlei e jogos à noite com o time master
do Esporte Clube Sírio ocupavam boa parte do tempo e da atenção da esportista. "Ela me troca pela bola", diz o empresário, hoje
com bom humor.
Há três anos, eles começaram a malhar juntos, após 21 anos de casamento. O treinamento, coordenando exercícios aeróbicos e
musculação, conquistou o empresário sedentário. O resultado foi surpreendente. "Ele ficou todo definido", diz.
Praticante de voleibol desde os oito anos, Esther jogou profissionalmente até os 24. Parou com a chegada do primeiro filho.
Depois dele, vieram mais dois, e a dedicação à família durou uma década. Mas a paixão pelo esporte falou mais alto. "Ele não
entendia o prazer que eu tenho em jogar", diz Esther, que também é decoradora.
Giuseppe garante que o problema está resolvido. Segundo ele, depois de comprovar os benefícios, fica difícil arrumar desculpas
para evitar a malhação. Nem a jornada de doze horas no escritório o mantém longe dos halteres. "O exercício afasta o estresse e
a energia duplica", afirma.
Para quem tenta, mas não consegue ficar na academia mais que alguns dias, Giuseppe dá a dica. "No começo, é necessário
motivação. Mas, com um pouco de persistência, os resultados surgem e fica fácil continuar."
A nova rotina inverteu alguns papéis. Giuseppe apressa a mulher para ir à academia e apóia o vôlei.
"Continuo chegando tarde em
casa por causa dos jogos, mas não tem briga, porque ele está comigo", diz ela.
COMENTÁRIO DO ESPECIALISTA
Desde os primeiros minutos da atividade física, o corpo libera endorfina, substância responsável pelo bem-estar físico e mental. A
prática regular reduz o efeito do cortisol (o hormônio do estresse), aumenta a qualidade do sono e a disposição. O mínimo de
atividade física já pode afastar o risco de doenças como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, ansiedade, aumento do
colesterol e infarto.
JEAN PATRICK MARTINS, professor de educação física especializado em treinamento desportivo e treinador da Body Systems do Brasil
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