São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008
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Sem estresse

Karina Espósito, 27, e Léo Nascimento, 27, têm certeza de que os opostos se atraem. A nutricionista conheceu o atendente de telemarketing e estudante de engenharia ambiental dançando forró. Mas, além do gosto pelo ritmo nordestino, sobrava pouca coisa em comum. Enquanto ele era adepto de churrasco e cerveja com amigos, nas horas vagas, ela, vegetariana, praticava ioga e estudava terapia holística.
Sem muitos interesses em comum, eles descobriram a afinidade quando a ioga virou o tema da conversa. "Eu já tinha praticado ioga e me interessava por filosofia oriental, mas deixei isso de lado por um tempo", conta Léo.
O trabalho no "call center" gerava ansiedade, que Léo tentava afastar fumando um maço de cigarros por dia. Para piorar, o almoço variava entre opções poucos saudáveis como coxinha, pizza e pastel. "Eu era uma bola de neve rolando ladeira abaixo", diz. A rotina estressante lhe rendeu uma gastrite.
Léo não sabe definir quando começou, mas vive um momento de reequilíbrio. A influência da namorada é clara. Peixe, hambúrguer de soja e berinjela tomaram o lugar do churrasco, e a cerveja virou coisa do passado. Em setembro, ele começa um curso de preparação para professores de ioga. "As mudanças são graduais. Não dá para radicalizar", afirma.
Ele diz que há muitos anos pensava em uma mudança de comportamento, mas faltava um incentivo. Foi quando apareceu Karina.
A namorada comemora a virada e despeja elogios. "Ele sempre foi uma pessoa ética, generosa e focada. Mas o estresse transformava a impaciência em intolerância", diz. Léo concorda. "Agora eu sou um filho e um namorado mais carinhoso."

COMENTÁRIO DO ESPECIALISTA

O estresse causa reações fisiológicas no organismo, provocando taquicardia, aumento da pressão arterial, dor de cabeça, insônia e gastrite, entre outros sintomas. O controle do problema ajuda a evitar eventos como infarto, derrame e câncer. Técnicas de relaxamento, ioga e meditação ajudam a controlar o estresse e muitas vezes são definitivas, não exigindo o uso de medicamentos.


SÉRGIO TIMMERMAN, cardiologista do InCor (Instituto do Coração) e diretor da Escola de Medicina da Universidade Anhembi Morumbi


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