São Paulo, quinta-feira, 14 de junho de 2001
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Quando a causa está na cabeça do sujeito

Os remédios contra impotência asseguram a ereção em casos de origem psicológica, mas o problema exige tratamento psicoterápico. "O medicamento é só um paliativo", diz o angiologista Alfredo Romero, especialista em disfunções sexuais masculinas e femininas.
A grande causa da disfunção erétil é o mito de que a performance sexual deve ser sempre exemplar. O estresse é outro vilão. Situações de tensão fazem o organismo liberar adrenalina, hormônio que fecha as artérias periféricas do corpo para que o sangue seja bombeado em maior quantidade para órgãos estratégicos como coração, causando um débito no volume sanguíneo da artéria que irriga o pênis.
Segundo os especialistas, 80% dos casos de impotência são causados por razões psicológicas. Em consequência, os pacientes têm comprometidas a auto-estima e as bases do relacionamento com a parceira. Nos países latinos, o machismo torna o problema ainda maior.
"O órgão sexual representa o imaginário social e está relacionado à relação de caça e conquista. Ao conseguir completar o ato sexual, o homem se sente mais homem", explica o psiquiatra Luiz Cuschnir, do Hospital das Clínicas.
No caso dos adolescentes, a falta de maturidade para lidar com os fracassos torna a questão ainda mais penosa. "Eles acham que precisam começar bem", diz a psicóloga e colunista da Folha Rosely Sayão.
Broxar uma vez na vida é natural. "Em dez tentativas, é possível que o homem falhe pelo menos três vezes", afirma o urologista Luiz Otávio Torres. "Ele tem de deixar de lado a idéia de que é preciso sempre desempenhar a função de super-homem."
É por isso que a mulher tem um papel tão importante na resolução do problema. A recomendação é conversar com o companheiro, mas sem pressionar para não aumentar sua ansiedade.


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