São Paulo, quinta-feira, 14 de julho de 2005
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Consulta por e-mail pode?

Ainda não há regulamentação do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre acompanhamento médico pela internet. "O que existe é apelo ao bom senso. Os médicos devem usar os mesmos critérios que usariam com o telefone", diz o cardiologista Roberto d'Avila, conselheiro e corregedor do CFM.
Vale tirar dúvidas, como esclarecer os horários de medicamentos, indicar, de acordo com os sintomas descritos pelo paciente, o especialista que deve ser procurado e até mesmo apontar que tais sintomas sugerem a presença de uma ou outra doença. "É fácil entender a lógica dessa ética: em muitas revistas e jornais existem perguntas para médicos responderem. Isso também é possível pela internet", diz o ginecologista e advogado Edvaldo Dias Carvalho, da Cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília (UnB).
O que não é permitido é prestar consultas eletrônicas sem que o paciente tenha ido, pelo menos uma vez, ao consultório.
Também não se deve receitar medicamentos por e-mail, principalmente aqueles que exigem receitas.
Como o bom senso é o que deve prevalecer nesse tipo de medicina virtual, fica a cargo do médico impor seus limites, mas cabe também ao paciente tomar alguns cuidados para se resguardar, como não aceitar a prescrição de um medicamento que requer receita ou um diagnóstico vago. "Nesse tipo de relação, sempre haverá riscos tanto para o médico como para o paciente, pois, por ser uma comunicação imprecisa, ambos estarão sujeitos a falhas", finaliza Carvalho.


Texto Anterior: Tratamento na rede
Próximo Texto: Entrevista: Tristeza que dói no corpo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.