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"Fraternité" e lucro
GUSTAVO IOSCHPE
COLUNISTA DA FOLHA ONLINE
A preocupação com a
qualidade de vida -tanto
de franceses quanto de
povos de alhures- é traço marcante de uma responsabilidade social que
está presente no dia-a-dia
dos franceses. Não é de espantar, portanto, que o
país seja sede de várias entidades preocupadas com
a criação de um comércio
mais humano e que convirjam para cá idealistas
de outros países.
É o caso, por exemplo,
de Emad Khashoggi. Aos
31 anos, esse libanês radicado em Paris desde 94 é
fundador e proprietário
do Minamour International Group, empresa destinada a dar apoio financeiro e gerencial a negócios
comprometidos com o
exercício ético da atividade empresarial. Sob o seu
guarda-chuva, o Minamour já conta com cinco
associados, responsáveis
por uma receita de 420
milhões de francos (aproximadamente US$ 60 milhões) no ano de 1999.
O grupo inclui o Club
Invenent, organização
que auxilia inventores na
obtenção de patentes e
distribuição de suas invenções, desde que de
produtos "responsáveis";
a Cogemad, serviço imobiliário comprometido a
melhorar a qualidade de
vida de seus clientes; a
Protecfour International,
empresa dedicada à criação de produtos que liberem as pessoas de seus
afazeres domésticos; a
"Une Journée em France",
responsável em difundir
produtos que reproduzem a "art de vivre à la
française", e a Human Inside, a associada mais visível. Trata-se de uma loja
de artigos para a casa, de
papelaria e CDs, entre outros, produzidos segundo
as normas da Organização
Mundial do Trabalho por
populações nativas.
Cada linha de produtos
vem acompanhada de um
folheto explicando suas
origens, sua história cultural e seu processo de feitura. Seguem-se, não raro,
fotos do trabalho sendo
desenvolvido. Parte da
renda obtida com as vendas é destinada a ONGs
preocupadas com o bem-estar dessas populações.
Ainda que a loja, localizada no Quartier Latin
(90, rue de Rennes), não
divulgue seus resultados
financeiros, a julgar por
sua frequentação e planos
de expansão, o empreendimento aparenta êxito.
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