São Paulo, quinta-feira, 16 de maio de 2002
![]() |
![]() |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
A dor dos médicos Além de estudar profundamente o assunto, muitos dos especialistas em dor de cabeça conhecem, por experiência própria, o sofrimento de seus pacientes. O neurologista Abouch Krymchantowski, 43, por exemplo, conta que tem enxaqueca com crises pouco frequentes e que servem para experimentar medicamentos novos. A associação de antiinflamatórios com triptanos -uma das mais modernas opções para aliviar as crises- foi um dos tratamentos que o médico experimentou antes de prescrever aos pacientes. Outro exemplo é o pesquisador do New England Center of Headache (centro de pesquisa localizado em Stamford, EUA) Marcelo Bigal, 32. Ele provou e verificou os efeitos da dipirona (princípio da Novalgina) endovenosa e também de alguns triptanos. "Tenho um tipo muito interessante de enxaqueca, a migrânea basilar. As crises não são comuns, graças a Deus, mas me deixam confuso, com visão dupla e sem conseguir escolher palavras para falar." Mas o recordista entre os médicos parece ser o professor Edgard Raffaelli Jr., 72, que já padeceu de seis tipos diferentes de dor de cabeça e, por isso, resolveu estudar o assunto. Na infância, ele tinha uma dor de cabeça comum, que, aos 19 anos, se tornou crônica. Aos 29, experimentou a primeira crise de enxaqueca. Depois, aos 35, teve a chamada cefaléia suicida. Aos 43, um acidente de carro fez com que desenvolvesse a cefaléia cervicogênica. Por fim, depois dos 50 anos de idade, começou a sofrer com as chamadas dores de furador de gelo. Mas ele garante: "Não tenho mais nenhuma delas. Tratei todas. Posso ter dor em tudo quanto é parte do corpo. A cabeça não dói". Texto Anterior: Como é a teoria de Raffaelli Próximo Texto: Dor suicida Índice |
|