São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002
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Aberta loja de comércio justo

TATIANA ACHCAR
FREE-LANCE PARA A FOLHA

São Paulo acaba de ganhar a primeira loja que segue os princípios internacionais do chamado comércio justo -ou "fair trade"-, que contempla ambientes de trabalho cooperativos, respeita a identidade cultural dos produtores, promove práticas ambientais sustentáveis e, entre outros, dá acesso ao mercado para pequenos produtores. Isso significa que a nova loja, chamada Espaço Mundaréu, oferece peças absolutamente originais e artesanais feitas por cooperativas e por comunidades do Brasil inteiro. Há cestaria, bolsas e outros objetos de fibras naturais feitos no sertão da Bahia; de Goiás, colchas e almofadas de patchwork com figuras de animais e plantas típicas do cerrado; navios feitos com folha-de-flandres por artesãos de Juazeiro do Norte, no Ceará; e bordados típicos da ilha do Ferro, em Alagoas, por exemplo. Ao todo, são criações produzidas por 26 associações e cooperativas, com preços que variam de R$ 10 a R$ 220, em média. Sem fins lucrativos, a loja é o primeiro projeto da ONG Associação Mundaréu, voltada para o incentivo do comércio justo. A socióloga Lizete Prata, 50, experiente em formulação e desenvolvimento de projetos, como na Fundação Abrinq e no Banco Mundial, resolveu fundar a Mundaréu quando percebeu que iniciativas governamentais e privadas que tinham como meta o fim da miséria no país ficavam no meio do caminho. "Havia capacitação profissional, mas nenhum auxílio para colocar esse novo profissional no mercado e ajudá-lo a vender. A loja Mundaréu surge como a etapa final desse processo, um grande showroom que aproxima o produtor do consumidor, que passa a conhecer o trabalho e tem a chance de adquirir a mercadoria também pelo seu valor agregado, praticando sua cidadania", diz a socióloga.

Retrato do Brasil
As mulheres estão à frente de muitas cooperativas que participam do projeto. Como chefes de família, hoje elas são responsáveis por 24,9% do total de lares brasileiros, segundo dados do último censo do IBGE. O Programa de Geração de Renda para Mulheres Chefes de Família, da Fundação Telefônica, apóia a Associação Mundaréu, pois se destina a melhorar as condições de vida de crianças e adolescentes de famílias carentes e chefiadas por mulheres.


ONDE
Espaço Mundaréu: r. Mourato Coelho, 988, Vila Madalena, São Paulo, SP; tel. 0/xx/11/3032-4649. Funciona de segunda a sexta-feira, das 10 h às 19 h, e aos sábados, das 13 h às 19 h



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