São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002 |
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Rumo à faculdade de gatinhas Hoje, o sujeito já pode começar o pé-de-meia quando ainda está no útero. Ou melhor, os pais dele se encarregam da tarefa investindo em planos de previdência privada -o chamado PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). Trata-se de um investimento a longo prazo oferecido, com pequenas mudanças de nomenclatura, pela maioria dos grandes bancos e seguradoras. "Antes, os pais investiam no futuro dos filhos quando as crianças chegavam aos 14, 15 anos. Hoje, a maioria nos procura logo que o filho nasce ou até ele completar dez anos, no máximo", conta Osvaldo do Nascimento, diretor do Itaú Vida e Previdência, onde a carteira de clientes dobrou de maio do ano passado até agora. Na seguradora Canada Life, 5% do total de planos de previdência vendidos no país são para crianças, diz Julio Cesar Felipe, vice-presidente na empresa no Brasil. O que atrai os pais é a possibilidade de deduzir o investimento do imposto de renda. E a meta não é garantir a aposentadoria, mas os estudos do filho. "Educar bem é o grande argumento dos pais", diz Roberto Wagner Ludovico, da seguradora AGF. Os pais estão no rumo certo, de acordo com planejador financeiro Louis Frankenberg. "Investimentos a longo prazo, como o PGBL, são bons para garantir o estudo dos filhos. Ainda mais em um país onde as pessoas não podem contar com o INSS." "Quero garantir um curso de especialização", diz a analista de sistemas Heloísa, que preferiu não ter seu nome completo divulgado. Ela fez um plano de previdência no ano passado para o filho, de nove anos de idade, que, conforme diz a mãe, já sabe que seu patrimônio está sendo construído. "Digo para ele que o dinheiro é para o seu sucesso profissional." O analista de sistemas João Teixeira Mendes paga R$ 200 mensais de previdência para o filho, de 11 anos. "Esse dinheiro é intocável. Mesmo que eu venha precisar dele, não mexo, é para os estudos do Felipe", diz Mendes. "Não podemos esperar; o futuro começa hoje", explica a mãe, a dona-de-casa Maria Aparecida Mendes. E o filho agradecido declara: "Vou poder cursar uma faculdade melhor e ter um currículo superior para competir no mercado". Texto Anterior: Aula de educação financeira antes de tirar as fraldas Próximo Texto: Alecrim: Flor com gosto de alho tempera sopa chinesa Índice |
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