São Paulo, quinta-feira, 19 de setembro de 2002
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Versões ecológicas à sua disposição

Post-it Lançado no mês passado, a versão ecológica do prático bloquinho de lembretes surgiu da parceria entre a norte-americana 3M e a brasileira Suzano, fabricante do papel Reciclato. Além de o material ser totalmente reciclado, 25% é de origem pós-uso, ou seja, do papel coletado nas ruas. A Suzano faz parceria com uma cooperativa de catadores de papel que garante a matéria-prima, além de gerar renda para várias famílias e ainda contribuir com a Fundação Ecofuturo. O novo post-it reciclado é de cor bege, e a qualidade é igual à do tradicional, porém o preço é 5% mais baixo. Outro produto já em modificação é a esponja Scoth Brite. O solvente, agressivo à camada de ozônio, está sendo eliminado do seu processo de fabricação. Segundo a Suzano, no início do próximo ano o papel Reciclato estará disponível em formato A4. Hoje ele é vendido apenas para o mercado gráfico.

Lápis Todos os dias, 5 milhões de lápis são fabricados no Brasil por uma das maiores fabricantes de lápis do mundo, a alemã Faber Castell. São todos feitos com madeira certificada, plantada em áreas de cultivo próprio. Com isso, 700 árvores nativas deixam de ser cortadas diariamente.

Orgânicos O Café do Ponto lançou, em maio, o Aralto, sua versão orgânica de café. O preço é 80% mais alto que o comum em decorrência dos cuidados que o processo envolve. A Native, um braço da empresa que controla a Usina São Francisco, tradicional produtora de açúcar, entrou recentemente no mercado com café e açúcar orgânicos e acaba de lançar o suco de laranja em embalagem Tetra Pak, mas 90% da produção do suco é exportada.

Automóveis Fibra de coco na Mercedes. Ela é a matéria-prima do recheio dos estofamentos, pára-sóis e encostos de cabeça dos modelos Mercedes-Benz Classe A e dos caminhões comerciais da multinacional Daimler-Chrysler produzidos no Brasil. Isso foi possível graças aos incentivos financeiros da empresa para o projeto Poema -Programa Pobreza e Meio Ambiente na Amazônia e à consequente criação da empresa Poematec, que congrega cooperativas na área de fibras naturais. Mais de 5.200 pessoas se beneficiam das cooperativas que fabricam produtos em fibras naturais.

Tintas A Renner criou uma linha de tintas mais ecológica há cinco anos, substituindo o solvente pela água. Com isso, segundo a empresa, o produto não agride a camada de ozônio nem contamina o solo, mas possui a mesma eficiência. Custa 40% mais que as tintas comuns. "O custo é maior devido à importação de tecnologia e matéria-prima", diz o gerente de produtos da Renner, Luiz Ortiz. Ainda neste ano, diz ele, a empresa lançará um removedor de tintas biodegradável.

Fibras de poliéster Garrafas PET bóiam nos rios e se acumulam nos lixões. Pois a indústria francesa Rhodia-ster, desde o ano passado, transforma PETs em fibra de poliéster para a indústria têxtil no Brasil. Misturado com o algodão, esse produto dá origem a calças, camisetas e outras peças da linha chamada de Alya Ecos. Com apenas duas garrafas, é possível fazer uma camiseta, e com seis, uma calça jeans. A empresa tem o potencial de processar 500 toneladas de PET por mês, o que produziria 10 milhões de camisetas e livraria a natureza de muito lixo. "Queremos ampliar esse apelo para outros segmentos têxteis, como o de cama, mesa e banho, mas ainda não há nada definido. Para nós, é rápido implementar, mas o consumidor final também precisa participar desse processo", diz o gerente de produtos da Rhodia, Luis Henrique Bettencourt.

Vestuário Em parceria com a Santista Têxtil, a confecção brasileira de índigos Staroup desenvolveu uma linha ecológica de calças e bermudas, a Ecol Denim. O tecido é feito com fibras de algodão recicladas e retalhos de algodão da confecção, e todo o processo de lavagem é feito em uma estação de tratamento própria, onde mais de 90% da água é reaproveitada. "A economia de água barateou a produção, e ainda evito jogar dejetos no ambiente", diz a gerente de produtos da Staroup, Leda Amaral. Como o material é reaproveitado, as calças e bermudas jeans são mais baratas que as similares tradicionais. "O Ecol Denim começou com uma participação de 5% nas vendas, há dois anos, e hoje corresponde a 20%."

Calçados Desde 96, a Side Walk usa reciclados em seus calçados. Entre os de maior sucesso estão os que levam solado de borracha de pneu e os tamancos feitos com madeira certificada. "Hoje, 40% da nossa linha de calçados utiliza materiais que iriam para o lixo. Esteticamente, não há diferença", diz o diretor da empresa, Mário Rizk.

Produtos de beleza Uma das empresas pioneiras no setor é a Natura, com sua linha Ekos, lançada em 2000. Boa parte das embalagens, dos frascos aos cartuchos de papel, é feita com material reciclado, e os produtos são biodegradáveis, decompõem-se em 28 dias. Além disso, a linha Ekos usa ingredientes naturais ativos em suas fórmulas, como a andiroba e o buriti, vindos de reservas extrativistas da Amazônia. Segundo Elizabeth Pereira, gerente de negócios, a linha deve ser ampliada em 2003 com um novo ingrediente natural ativo.

Pilhas Vilãs do ambiente, as pilhas caseiras contêm os metais pesados mercúrio e cádmio, que contaminam o solo quando descartados. Desde março, a tradicional amarelinha da Rayovac está modificada, ou seja, livre desses metais, podendo ser descartada em lixo doméstico sem prejuízo para o ambiente. O mesmo ocorre com as alcalinas da Rayovac (desde 96) e com as alcalinas da Panasonic.


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