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Amputação levou aposentado ao antitabagismo
Ele nunca imaginou que o vício de fumar um cigarro atrás do outro durante 22 anos fosse levá-lo a
perder as duas pernas. "Quando comecei, aos 15
anos, na década de 60, fumar tinha o seu glamour",
conta o aposentado carioca José Carlos Marques
Carneiro, 58. Além disso, diz, não teve ninguém para alertá-lo sobre os riscos do tabagismo; tampouco havia, na época, informações de advertência como as encontradas nos maços de cigarro de hoje.
Carneiro foi vítima de tromboangeíte obliterante,
uma doença vascular exclusiva de fumantes, em
que há obstrução das veias levando à morte dos tecidos das extremidades dos membros. Como a
doença foi diagnosticada tardiamente, foi obrigado
a amputar as pernas, uma em 81, e a outra em 83.
"Eu sou uma prova do mal que o cigarro faz", declara. E é esse o exemplo que ele tem levado a crianças e jovens do Rio de Janeiro, em palestras do movimento Tabaco Zero (www.tabacozero.net), que
pretende diminuir o consumo de cigarro.
O pai de Carneiro morreu de edema pulmonar, e
um irmão tem três pontes de safena por causa de
entupimento vascular por nicotina. "O cigarro está
dizimando minha família, mas meu filho não fuma, e meu neto está vendo o nosso sofrimento."
Nas escolas, ele conta a sua história, o que pode
acontecer com os pais que fumam, como é ruim ser
um fumante passivo, além de incentivar os alunos a
repassarem essas informações. O aposentado está
engajado em campanhas publicitárias. Sua foto estará na próxima série de propagandas do Ministério da Saúde, estampada nos maços de cigarro. A
mesma imagem está impressa em um outdoor no
Rio, em frente à casa dele, e em pôsteres que ele tem
espalhado por onde passa. Um de seus projetos é
levar esse material publicitário a estações de metrô.
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