São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2001
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boquiaberto

Viagem gastronômica no tempo e no espaço

DA REPORTAGEM LOCAL

Ir a um jantar e levar a própria faca pode ser considerado maluquice. Na Idade Média, porém, era o costume. O garfo ainda não havia sido inventado, e a colher era oferecida pelo anfitrião. Informações históricas como essa, que aguçam a curiosidade, compõem o livro "De Caçador a Gourmet - Uma História da Gastronomia" (R$ 30), da Editora Senac. A publicação, de autoria do sociólogo Ariovaldo Franco, desvenda, em nove capítulos, o comportamento gastronômico da humanidade, com curiosidades das culinárias japonesa, chinesa, italiana, francesa e contemporânea.
As pesquisas do sociólogo provam como a alimentação, além de uma questão de sobrevivência, teve papel importante na sociedade. No Egito, por exemplo, as refeições fortaleciam os laços entre os membros de um grupo e tinham relação íntima com as crenças religiosas das pessoas.
A viagem começa na Grécia Antiga, quando as mulheres que aspiravam à maternidade passavam horas à sombra de uma oliveira. Em seguida, passa para a Idade Média, época em que a maioria das pessoas almoçava entre 9h e 10h da manhã e jantava por volta das 15h, fazendo apenas duas refeições diárias.
Outra curiosidade revelada no livro é o fato de a escassez de lenha ter obrigado os chineses a reduzir o tempo de cozimento dos alimentos, regra que permanece até hoje na culinária local. Já em relação à cultura gastronômica japonesa, a obra traz uma dica valiosa: ao ser convidado para um jantar japonês, o anfitrião não deve se servir de saquê, os outros convidados fazem a gentileza. Sobre o século 20, o livro mostra, principalmente, a simplificação e a homogeneização dos processos culinários.


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