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boquiaberto
Viagem gastronômica no tempo e no espaço
DA REPORTAGEM LOCAL
Ir a um jantar e levar
a própria faca pode
ser considerado maluquice. Na Idade
Média, porém, era o
costume. O garfo ainda não havia sido inventado, e a colher era
oferecida pelo anfitrião. Informações
históricas como essa,
que aguçam a curiosidade, compõem o livro "De Caçador a
Gourmet - Uma História da Gastronomia" (R$ 30), da Editora Senac.
A publicação, de autoria do sociólogo Ariovaldo
Franco, desvenda, em nove capítulos, o comportamento gastronômico da humanidade, com curiosidades das culinárias japonesa, chinesa, italiana, francesa e contemporânea.
As pesquisas do sociólogo provam como a alimentação, além de uma questão de sobrevivência,
teve papel importante na sociedade. No Egito, por
exemplo, as refeições fortaleciam os laços entre os
membros de um grupo e tinham relação íntima
com as crenças religiosas das pessoas.
A viagem começa na Grécia Antiga, quando as
mulheres que aspiravam à maternidade passavam horas à sombra de uma oliveira. Em seguida,
passa para a Idade Média, época em que a maioria
das pessoas almoçava entre 9h e 10h da manhã e
jantava por volta das 15h, fazendo apenas duas refeições diárias.
Outra curiosidade revelada no livro é o fato de a
escassez de lenha ter obrigado os chineses a reduzir o tempo de cozimento dos alimentos, regra
que permanece até hoje na culinária local. Já em
relação à cultura gastronômica japonesa, a obra
traz uma dica valiosa: ao ser convidado para um
jantar japonês, o anfitrião não deve se servir de saquê, os outros convidados fazem a gentileza. Sobre o século 20, o livro mostra, principalmente, a
simplificação e a homogeneização dos processos
culinários.
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