São Paulo, quinta-feira, 24 de maio de 2007 |
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saúde Vale por uns bichinhos Na forma de iogurtes e similares, probióticos têm microorganismos vivos que beneficiam o equilíbrio da flora intestinal, mas contêm também açúcares, gorduras, corantes e outros ingredientes comuns aos produtos industrializados
IARA BIDERMAN
Nas gôndolas dos supermercados, um comprador mais apressado não os distingue das inúmeras outras ofertas de bebidas lácteas -iogurtes e congêneres, integrais ou desnatados, com ou sem açúcar e nos sabores mais variados possíveis. Observados mais atentamente, oferecem algo além das características nutricionais e gustativas esperadas. São produtos com componentes que auxiliam funções específicas do corpo, com o intuito de prevenir doenças e promover a saúde.
Segundo Gláucia Maria Pastore, diretora da faculdade de engenharia de alimentos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e presidente da SBCTA (Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos), os efeitos comprovados mais importantes dos probióticos são causar acidez no meio intestinal (o que previne o crescimento de bactérias patogênicas), possibilitar a síntese de algumas vitaminas do complexo B, melhorar a digestibilidade da lactose e aumentar as defesas do organismo. Mas o efeito mais procurado pelo consumidor é o de melhorar o trânsito intestinal. Quem sofre com prisão de ventre procura nesse tipo de produto uma forma de resolver o problema. "Os probióticos têm efeito nesses casos, mas não podemos esquecer que o intestino funciona de acordo com a nossa alimentação, e uma série de hábitos interfere nisso", pondera a nutricionista Mariana Del Bosco Rodrigues, do departamento de nutrição da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica). Além disso, para obter os efeitos desejados, o consumo precisa ser constante e sistemático. "Muita gente acha que basta ingerir uma grande quantidade um dia para obter os benefícios. Não adianta consumir um quilo de [alimentos com] probióticos hoje e nada amanhã. Sua ação é preventiva", afirma Pastore. Outro detalhe que precisa ser observado pelo consumidor, ainda mais agora que crescem as opções de produtos com essas características, é que não dá para consumi-los "só pensando nos bichinhos", diz Rodrigues. Os alimentos probióticos vendidos nos supermercados apresentam, além dos microorganismos benéficos, uma série de outros ingredientes comuns aos produtos industrializados: açúcares, gorduras, corantes. Em maior ou menor quantidade, dependendo da versão escolhida. Assim, o apelo de alimento saudável não significa que possa ser consumido sem reservas. "Não é para fazer essa confusão: faz bem à saúde, então está liberado. É preciso ler o rótulo e verificar a quantidade de calorias, se tem ou não açúcar, se a versão é diet ou light para adaptar o consumo dentro da dieta diária adequada a cada pessoa", aconselha a nutricionista. É preciso observar também se há o selo da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovando o produto como probiótico. Para o fabricante alegar que o microorganismo utilizado contribui para o equilíbrio da flora intestinal, o produto precisa ter a quantidade mínima de unidades formadoras de colônias (de bactérias) e comprovar a quantidade do microorganismo viável até o final de prazo de validade do produto. "A eficácia depende do tipo de bactéria utilizada -não são todas que têm essa função e algumas não resistem à acidez do próprio produto ou do intestino. Acertar na quantidade e no tipo de microorganismos é fundamental para que esses passem intactos até o intestino e continuem ativos até a data de vencimento estabelecida", diz Salgado. Texto Anterior: Torta de caramelo, nozes e cacau Próximo Texto: Pré e Pró: entenda as diferenças Índice |
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