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São Paulo, quinta-feira, 24 de julho de 2003
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Alerta ao perfume em pílulas

BELL KRANZ
EDITORA DO EQUILÍBRIO

A pílula do perfume -Lavender Health Plus- está para chegar ao Brasil, só aguarda a liberação da Anvisa, o que "não deve demorar muito, talvez algumas semanas", diz a criadora da fórmula, a endocrinologista carioca Odilza Vital. Dependendo do sucesso do produto por aqui, as academias de ginástica, os ônibus em horário de pico, as salas de balé, as quadras de futebol de salão e, claro, os ambientes íntimos dos casais poderão todos exalar o mesmo odor: lavanda!
O produto consiste em cápsulas de óleos essenciais de plantas, especialmente lavanda, além de sálvia e rosmarinho, que, após ingeridas, levam a pessoa a exalar cheiro de lavanda pelos poros.
Mas a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia lança um alerta ao consumidor, ao afirmar que desconhece qualquer efeito benéfico ou maléfico dessa pílula. "Não existe nenhum estudo publicado", diz a presidente da sociedade, a endocrinologista Valéria Guimarães. "Sabe-se que os benefícios podem não ser interessantes, pois mascaram os hormônios naturais", afirma a médica, referindo-se aos ferormônios, substâncias químicas secretadas por glândulas sudoríparas e sebáceas do organismo e que estão relacionados à atração sexual e ao envolvimento entre os humanos. "O cheiro natural é muito importante para a perpetuação da espécie", diz.
Sobre a informação de que a sociedade alega desconhecer possíveis riscos e efeitos da pílula, Vital afirma que o produto "não tem nada a ver com endocrinologia, mas com "herbologia". É o mesmo que perguntar a um advogado sobre o cálculo de base de sustentação de um prédio, ele não vai saber". Já a função dos ferormônios, segundo Vital, está praticamente perdida.
"Os ferormônios já foram para o espaço há séculos. Quem usa hoje são os insetos. A gente já deixou de usá-los com o uso de colônia, sabonete, desodorante. Convencionou-se que o cheiro agradável é o convencional de flores", diz a médica.
O produto passou por protocolo de pesquisa no hospital-escola Peninsula, em Nova York (EUA), onde "as enfermeiras se colocaram como voluntárias para fazer os testes", diz ela, que garante que as pílulas de cheiro não provocam efeito colateral.


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