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Alerta ao perfume em pílulas
BELL KRANZ
EDITORA DO EQUILÍBRIO
A pílula do perfume -Lavender Health
Plus- está para chegar ao Brasil, só
aguarda a liberação da Anvisa, o que
"não deve demorar muito, talvez algumas semanas", diz a criadora da fórmula, a endocrinologista carioca Odilza Vital. Dependendo do sucesso do produto por aqui, as academias de ginástica, os ônibus em horário de pico, as salas de
balé, as quadras de futebol de salão e, claro, os ambientes íntimos
dos casais poderão todos exalar o mesmo odor: lavanda!
O produto consiste em cápsulas
de óleos essenciais de plantas, especialmente lavanda, além de sálvia e rosmarinho, que, após ingeridas, levam a pessoa a exalar
cheiro de lavanda pelos poros.
Mas a Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia
lança um alerta ao consumidor,
ao afirmar que desconhece qualquer efeito benéfico ou maléfico
dessa pílula. "Não existe nenhum
estudo publicado", diz a presidente da sociedade, a endocrinologista Valéria Guimarães. "Sabe-se que os benefícios podem não
ser interessantes, pois mascaram
os hormônios naturais", afirma a
médica, referindo-se aos ferormônios, substâncias químicas secretadas por glândulas sudoríparas e sebáceas do organismo e que
estão relacionados à atração sexual e ao envolvimento entre os
humanos. "O cheiro natural é
muito importante para a perpetuação da espécie", diz.
Sobre a informação de que a sociedade alega desconhecer possíveis riscos e efeitos da pílula, Vital
afirma que o produto "não tem
nada a ver com endocrinologia,
mas com "herbologia". É o mesmo
que perguntar a um advogado sobre o cálculo de base de sustentação de um prédio, ele não vai saber". Já a função dos ferormônios, segundo Vital, está praticamente perdida.
"Os ferormônios já foram para
o espaço há séculos. Quem usa
hoje são os insetos. A gente já deixou de usá-los com o uso de colônia, sabonete, desodorante. Convencionou-se que o cheiro agradável é o convencional de flores",
diz a médica.
O produto passou por protocolo de pesquisa no hospital-escola
Peninsula, em Nova York (EUA),
onde "as enfermeiras se colocaram como voluntárias para fazer
os testes", diz ela, que garante que
as pílulas de cheiro não provocam
efeito colateral.
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