São Paulo, quinta-feira, 24 de agosto de 2000 |
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boquiaberto Tailândia exporta insetos enlatados
Como aperitivo, grilos crocantes e cerveja. Na salada, ovos de formiga vermelha. E, como acompanhamento do
prato principal, pupas de bicho-da-seda. Se
depender do Centro de Pesquisa e Treinamento para Agricultura Sakon Nakshon, da Tailândia, esse cardápio ultrapassará as fronteiras
locais e invadirá as cozinhas de outros países.
Mesmo na Tailândia, as iguarias com insetos
não são uma unanimidade nacional. O hábito
é mais frequente na região rural do nordeste
do país e só agora, com a migração interna e a
facilidade de comprar os bichinhos em latas, é
que está se popularizando na capital, Bangcoc.
Pelo menos uma coisa é certa: comer insetos
pode parecer bem estranho, mas geralmente
não faz mal à saúde. Os produtos da Sakon
Nakshon podem ser incluídos até em uma dieta light, pois normalmente possuem poucos
carboidratos e quantidades razoáveis de outros nutrientes, como fósforo, potássio e ferro.
No Brasil, os insetos já tiveram seus dias de
glória na culinária. Por exemplo, as içás -fêmeas da formiga saúva- eram bastante consumidas no Vale do Paraíba, no interior de
São Paulo. Um de seus fãs mais ardorosos era
o escritor Monteiro Lobato, que, em uma carta
reproduzida no livro "A Barca de Gleyre", afirma que "içá torrada é o que, no Olimpo grego,
tinha o nome de ambrosia".
Os insetos enlatadados da Tailândia podem
ser encomendados pela Internet (www.dcothai.com/food/insects.htm). O preço da lata
varia de US$ 3 a US$ 4, mais frete. |
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