São Paulo, quinta-feira, 27 de julho de 2000
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Pacientes são pró-terapia

Alheios aos embates entre a comunidade científica e os terapeutas alternativos, os adeptos da cura não-ortodoxa usam o próprio corpo como prova de que o dinheiro gasto no consultório não foi em vão.
O empresário Cássio Soares, 38, tinha um problema crônico de enjôo matinal que já havia lhe custado uma úlcera no estômago, mas que nenhum dos três gastroenterologistas que havia consultado conseguia diagnosticar a causa. "Se estava nervoso, as náuseas eram tão fortes que vomitava todas as manhãs. Fui a vários médicos, fiz endoscopia, mas ninguém descobriu como parar os enjôos."
Há um ano, Soares resolveu procurar curas alternativas. Começou com a massagem ayurvédica por indicação de um colega de trabalho. "Ele falava tanto no assunto que resolvi experimentar." Sentiu diferença nas primeiras sessões. "Dormia mais tranquilo e acordava bem. O enjôo não desapareceu, mas diminuiu", conta. Pouco tempo depois, a mãe de uma colega da filha sugeriu que ele tentasse também a cura prânica.
"Comecei a fazer as duas juntas e foi aí que senti realmente diferença. Faço uma sessão de cada terapia por semana e hoje quase não tenho mais enjôos", diz Soares, que como a maioria dos pacientes não está muito preocupado em entender como as terapias funcionam.
A falta de prova científica da eficácia do reiki também não incomoda a consultora de feng shui Silvana Occhialini, 48, adepta da técnica há cinco anos. Como o reiki permite que os iniciados façam a terapia em si próprios e nos outros, Silvana e o marido vivem atendendo pedidos de amigos para aplicar reiki em conhecidos que sofrem dos males mais diversos: de enxaquecas crônicas a cólicas renais e dores em decorrência de câncer. "Já tratei da minha casa o pai de uma amiga minha que estava em um hospital na Itália com câncer, e as dores diminuíram. Ele terminou morrendo, mas pelo menos aliviei seu sofrimento", conta.



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