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na mesa
Aprenda a diferenciar os tipos de açúcar
Orgânico, refinado, mascavo, cristal, granulado, demerara, de confeiteiro... São tantos os açúcares à base de cana disponíveis no mercado que, se não fosse pelo preço e pela fidelidade à
marca, provavelmente os consumidores ficariam atrapalhados na hora de escolher qual levar para casa.
As diferenças, porém, vão além do custo e do logotipo estampado na embalagem e começam pela
aparência. O açúcar refinado é bem branco, enquanto o mascavo é marrom, por exemplo. Outro diferencial é a durabilidade. Quem tem uma casa de praia ou de campo, mas não costuma usá-la com
frequência, deve optar pelo cristal porque o refinado empedra e se deteriora mais rapidamente. "O
açúcar cristal pode ser armazenado por mais de um ano", afirma o professor Gil Eduardo Serra, da
área de tecnologia de açúcar e produtos açucarados da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp. Por outro lado, o cristal é mais difícil de dissolver e, por adoçar menos, exige que seja usado em maior quantidade. Resultado: a pessoa acaba ingerindo mais calorias.
E é exatamente o valor calórico que transforma o açúcar em inimigo confesso de quem vive brigando com a balança. Na opinião da nutricionista Patrícia Lopes de Campos, isso só acontece, porém,
porque as pessoas se esquecem da gordura presente nos doces. "Não é só o açúcar que faz engordar. A
quantidade de gordura presente em doces e tortas é muito pior. Prova disso é o chocolate diet que,
mesmo sem açúcar, é muito calórico por causa da gordura." Ela afirma que não é partidária da tese de
que açúcar faz mal, pois esse alimento precisa estar presente na alimentação e só pode ser eliminado
do cardápio se a pessoa comer outros tipos de carboidrato, como pães, massas, grãos.
Isso vale também para quem faz questão de seguir dietas naturais e dá preferência a alimentos que
não contêm aditivos químicos. Para essas pessoas, que evitam o açúcar refinado por causa do processo químico responsável pelo embranquecimento do produto, existem atualmente três alternativas: o
mascavo, o demerara e o orgânico. Lançado há cerca de três anos no Brasil, o orgânico é o que mais se
enquadra nas exigências dos adeptos da vida natural. O plantio da cana é feito sem o uso de defensivos agrícolas, e a produção também não envolve substâncias químicas. Só que todo esse cuidado tem
um custo: a diferença de preço entre o orgânico e o refinado está em torno de 312%.
O demerara é a versão cristal do mascavo, mas, ao contrário do que ocorre entre os açúcares brancos, a diferença não é tão perceptível. A culpa é da cor. Por serem mais escuros, os cristais de demerara não brilham como os brancos.
Para quem está preocupado com as calorias, contudo, optar por um açúcar menos industrializado
não significa muito. Cada 100 g de mascavo, por exemplo, possui 356 calorias e contém também 80
mg de cálcio, 19 mg de fósforo e 3,4 mg de ferro. Já a mesma quantidade de refinado tem 385 calorias e
nenhum desses nutrientes, porque eles são eliminados pelo processo de refinamento tradicional.
Isso não quer dizer que o mascavo seja uma fonte de vitaminas e sais minerais. "Fonte é um alimento que possui grandes quantidades de determinados nutrientes, o que não é o caso desse tipo de açúcar", explica Campos.
O mascavo, principalmente originário de pequenos produtores, pode conter também outros "componentes" que não estão presentes no refinado: fungos e bactérias que, ao lado de outras impurezas,
podem fazer com que o produto estrague mais rapidamente. Esses microorganismos, porém, não
são prejudiciais à saúde, explica Serra, que brinca: "O que não mata engorda".
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