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boquiaberto
Ceia usa crenças e tradições antigas
Pernil ou outra carne de porco, lentilha,
espigas de milho, romã, uva e frutas
secas -tudo temperado com folhas
de louro e regado com champanhe. O cardápio pode parecer meio estranho, mas reúne
todas as mandingas para trazer sorte e prosperidade.
A explicação de como esses alimentos e bebida entraram para o rol de ingredientes "místicos" da ceia de réveillon é confusa. Muitos
desses hábitos têm origem em tempos distantes, nos festivais que comemoravam o início
da colheita e que, depois do cristianismo, ganharam um caráter mais religioso.
Foi o que aconteceu com as uvas. No Ano
Novo, a dona da casa deve dar uvas para doze
pessoas da família, cada uma delas representando um dos apóstolos de Cristo. Cada um
come a sua e guarda os caroços na carteira até
a próxima virada de ano. Também devem ser
guardadas as sementes de romã, fruta que povos antigos associavam à ambição, e uma folha de louro, que, depois de enfeitar as cabeças
dos antigos césares e atletas gregos, transformou-se em amuleto para não faltar dinheiro.
Para "chamar" mais prosperidade, vale comer frutas secas, tâmaras, 31 grãos de uma espiga de milho, lentilha (leia receita ao lado) e
carne de porco, eleita a "pièce de resistence"
do cardápio de réveillon porque o porco fuça
para a frente, dando a idéia de progresso, ao
contrário das aves, que ciscam para trás. O
champanhe não pode ser esquecido. Segundo
a crendice popular, a "explosão" da rolha afugenta os maus espíritos. Quem sabe na falta
dela, estourar pipoca tem o mesmo efeito!
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