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firme e forte
Exercícios repetitivos detonam joelho
KARINA KLINGER
DA REPORTAGEM LOCAL
Todo malhador que se preza tem na ponta da língua histórias para contar sobre
agruras que já passou com o joelho -articulação que lidera o ranking de queixas de problemas musculares. As culpadas por tanta
dor são as aulas de ginásticas que incentivam
exercícios repetitivos -como step, esteira
ou aeróbica- e a aceleração gravitacional.
O joelho é a "pedra no sapato" dos atletas profissionais. Ninguém melhor do que o jogador do São Paulo
Raí para confirmar. Em 1998, o atleta rompeu os ligamentos cruzados anteriores de seu joelho esquerdo e
passou por uma operação que o obrigou a ficar oito meses de molho. "O joelho é a articulação que mais preocupa o atleta", diz Raí, que sempre se protegeu contra lesões maiores. Por precaução, ele costuma ficar atento ao
equilíbrio muscular, trabalhando as partes anterior e
posterior da perna.
Engana-se quem acha que o problema fica restrito aos
atletas profissionais. A tendinite -inflamação do tendão- é a doença que mais maltrata malhadores. Responsável pela fixação dos músculos nos ossos, o tendão
inflama e provoca pequenas rupturas na região. No início a dor é amena, mas pode piorar. A solução é procurar um médico e fazer repouso. Se o problema for ignorado, a operação é quase inevitável.
Na opinião do ortopedista Guglielmo Mistrorigo, especialista em joelho, o uso de analgésicos para combater
a dor não é eficiente. "Ele apenas mascara o problema .
O ideal é tratamento com calor e repouso."
A articulação do joelho é um problema ainda maior
para quem está acima do peso. "Quanto maior o peso
das pessoas, maior o número de lesões", afirma William
Moralez, professor de reabilitação e condicionamento
da academia Fórmula.
"As pessoas obesas devem evitar exercícios de impacto ou saltos e optar por exercícios mais leves, como natação, bicicleta e caminhada", explica Wanderlei de Oliveira, diretor técnico do Grupo Pão de Açúcar.
Os exercícios na água são uma boa opção para evitar
tantos danos. "Dependendo da profundidade da piscina, é possível diminuir o peso em 50%, 60% ou até 100%.
Quanto mais fundo, menor o impacto", afirma Moralez.
Atletas de alto nível que sofrem lesões no joelho estão
se dando muito bem com o treinamento na água. "Após
a cirurgia, o joelho costuma apresentar rigidez e falta de
mobilidade. Na água, eles conseguem melhorar a amplitude e trabalhar a musculatura rígida", conta Moralez.
Evite exercícios repetitivos
Ao contrário do que
pode parecer, o joelho não é frágil demais. É a prática de
exercícios repetitivos que provoca uma sobrecarga de
peso. Ainda não existe uma forma de prevenção, mas algumas atitudes podem retardar ou até mesmo afastar o
problema (leia texto ao lado).
Para o fisiologista Rogério Neves, é preciso ficar atento
à orientação do professor e usar um tênis que absorva
bem o impacto. "A musculatura fortalecida serve como
um protetor para a articulação. Por isso o ideal é fazer
aulas de alto impacto intercaladas com exercícios de fortalecimento", aconselha.
Como exige uma sucessão de saltos, a corrida é um dos
exercícios mais perigosos para o joelho. Ao pular, o peso
do corpo recai sobre os joelhos, e essa sobrecarga corresponde a até cinco vezes o peso normal. Por exemplo:
uma pessoa com 70 kg que corre longas distâncias faz
uma pressão de 210 kg sobre joelhos e tornozelos.
Ao contrário do que muita gente imagina, correr
na esteira, quase sempre, é mais seguro para o joelho
do que a rua. O exercício ao ar livre só seria menos
arriscado se o terreno escolhido fosse totalmente
plano. "O ideal seria correr na grama plana. Mas é
difícil encontrar um terreno assim. A esteira tem a
vantagem de reduzir o impacto e permitir que passadas erradas sejam corrigidas", explica o personal
trainer Isaías Rodrigues.
Quem está acostumado à esteira deve ter cuidado ao
correr na rua. "Eles não se adaptam aos aclives e declives
do terreno e sempre têm problemas com o joelho."
Uma boa notícia: os equipamentos de ginástica
mais desenvolvidos já conseguem absorver o impacto dos exercícios. Segundo Moisés Cohen, chefe do setor de Traumatismo do Esporte da Unifesp,
há aparelhos avançados que propiciam impacto
zero. E os usados pelas principais academias não
oferecem risco, garante Oliveira.
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