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Vereadores terão de explicar o que fazem às segundas e sextas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Justiça deu 30 dias para a Câmara Municipal explicar o que os
55 vereadores da atual legislatura
-que estão nos últimos três meses de mandato- fizeram às segundas e sextas desde janeiro.
Nesses dias, seguindo o artigo 51
do Regimento Interno da Câmara
Municipal, não há sessões em plenário, mas isso não desobriga o
vereador de trabalhar, embora
poucos apareçam nos gabinetes.
Se não cumprir o prazo, a Câmara
pagará R$ 1.000 por dia de atraso.
A determinação foi dada na última terça-feira pelo juiz Valentino
Aparecido de Andrade, da 12ª Vara da Fazenda Pública. Ele foi provocado por uma ação civil pública, movida em agosto pela Associação da Defesa da Harmonia da
Ordem Constitucional, uma entidade de defesa da Constituição.
A associação argumenta que a
falta de prestação de contas fere os
princípios da legalidade, publicidade e impessoalidade e diz que
tentou duas vezes obter os dados
na Câmara, sem ter sido atendida.
"Note-se que tal regra beneficia
a atuação política com dinheiro
público, já que possibilita o exercício da atividade política para
fins privados", escreve o advogado Laércio José dos Santos, representante da associação. "Aliás,
pessoas com moral mais consistente fariam voluntariamente tal
prestação de contas", continua.
Segundo Santos, a intenção da
entidade é, se não houver efetiva
prova do trabalho parlamentar,
pedir a devolução do dinheiro público referente aos salários recebidos pelos vereadores nos dias parados. "Se houver", diz Santos,
"isso será de fácil comprovação".
A assessoria da presidência da
Câmara diz que os vereadores
precisam de tempo para elaborar
seus projetos e fiscalizar o Executivo.
(SÍLVIA CORRÊA)
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