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RIO DE JANEIRO
O peemedebista disse que o partido de Lula não é mais o mesmo e criticou "casamento" de Cesar Maia com petistas
Garotinho chama PT de "travesti da política"
ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A CAMPOS (RJ)
O presidente do PMDB do Rio,
Anthony Garotinho, chamou o
PT de "travesti da política" ontem
no comício de encerramento da
campanha do primeiro turno de
seu candidato em Campos dos
Goytacazes (a 278 km do Rio).
"O PT é o novo travesti da política brasileira. Não é mais aquele
PT. Modificou-se completamente", disse ele, citando o que chamou de "casamento" do prefeito
do Rio de Janeiro, Cesar Maia
(PFL), com o petista Jorge Bittar.
Segundo Garotinho, o termo casamento foi usado pelo próprio
Cesar Maia nesta semana em referência à sua aproximação com o
candidato petista.
Garotinho diz que, além do casamento com Bittar, Maia está de
casamento com "LindCollor" (referência ao candidato do PT à Prefeitura de Nova Iguaçu, Lindberg
Farias) e com Godofredo Pinto
(prefeito petista de Niterói, candidato à reeleição).
"No Estado do Rio, eles vão ter
uma derrota acachapante. A
aliança PMDB, PSC, PV e PP vai
fazer 80% das prefeituras e vai superar os outros partidos em número de votos", disse Garotinho.
"Mesmo essa aliança espúria
-ideologicamente devastadora,
que compromete o PT e mostra o
lado liberal definitivo do partido- não afetou a consciência dos
eleitores mais lúcidos", declarou.
O comício de encerramento da
campanha de Geraldo Pudim, do
PMDB, em Campos, foi esvaziado
pela chuva. Apesar de ter como
atração show do cantor sertanejo
Daniel, o estádio Campo de Goytacazes estava praticamente vazio.
Garotinho disse que entrará
com representação contra a Justiça Eleitoral de Campos, que, segundo ele, tem sido parcial em favor do tucano Paulo Feijó. Policiais acompanhados de promotores e oficiais de Justiça invadiram
a casa de dois assessores de Pudim, o radialista José Carlos Reis e
o jornalista Mauro Silva, ex-secretário de Comunicação da governadora Rosinha Matheus, mulher
de Garotinho.
A Justiça Eleitoral havia determinado uma busca na casa dos
dois em razão de uma denúncia
anônima de que teria chegado um
carro forte com dinheiro para financiar a boca-de-urna de Geraldo Pudim. Não foi encontrado dinheiro, mas apenas cinco exemplares do jornal partidário da
campanha do PMDB.
Garotinho disse que não há clima de guerra para a eleição. Ele
criticou os candidatos do PT, do
PSDB e do PDT, que chegaram a
pedir a presença do Exército na
cidade. Os conflitos que ocorreram em dois comícios "foram briga de gangues", na opinião dele.
Ontem, Garotinho fez discurso
ameno e conclamou os militantes
a ir à votação com camisetas e bonés com o número de Pudim. O
secretário licenciado de Segurança Pública do Rio disse que o discurso estava de acordo com o
tempo, chuvoso e frio.
No discurso ele apresentava Pudim "como candidato do povo
contra os candidatos da elite".
Questionado sobre a prática populista do PMDB, flagrado distribuindo cestas básicas para a população, afirmou:
"É isso mesmo, o candidato do
povo somos nós. Esse negócio de
cesta básica é bobagem. O que temos é um processo social. As cestas básicas não foram criadas agora. Quem melhor definiu a ação
social foi o [sociólogo] Betinho
[1935-1997]: quem tem fome tem
pressa. Vocês que estão de barriga
cheia podem esperar".
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