São Paulo, sexta-feira, 01 de outubro de 2004

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RIO DE JANEIRO

O peemedebista disse que o partido de Lula não é mais o mesmo e criticou "casamento" de Cesar Maia com petistas

Garotinho chama PT de "travesti da política"

ELVIRA LOBATO
ENVIADA ESPECIAL A CAMPOS (RJ)

O presidente do PMDB do Rio, Anthony Garotinho, chamou o PT de "travesti da política" ontem no comício de encerramento da campanha do primeiro turno de seu candidato em Campos dos Goytacazes (a 278 km do Rio).
"O PT é o novo travesti da política brasileira. Não é mais aquele PT. Modificou-se completamente", disse ele, citando o que chamou de "casamento" do prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (PFL), com o petista Jorge Bittar.
Segundo Garotinho, o termo casamento foi usado pelo próprio Cesar Maia nesta semana em referência à sua aproximação com o candidato petista.
Garotinho diz que, além do casamento com Bittar, Maia está de casamento com "LindCollor" (referência ao candidato do PT à Prefeitura de Nova Iguaçu, Lindberg Farias) e com Godofredo Pinto (prefeito petista de Niterói, candidato à reeleição).
"No Estado do Rio, eles vão ter uma derrota acachapante. A aliança PMDB, PSC, PV e PP vai fazer 80% das prefeituras e vai superar os outros partidos em número de votos", disse Garotinho.
"Mesmo essa aliança espúria -ideologicamente devastadora, que compromete o PT e mostra o lado liberal definitivo do partido- não afetou a consciência dos eleitores mais lúcidos", declarou.
O comício de encerramento da campanha de Geraldo Pudim, do PMDB, em Campos, foi esvaziado pela chuva. Apesar de ter como atração show do cantor sertanejo Daniel, o estádio Campo de Goytacazes estava praticamente vazio.
Garotinho disse que entrará com representação contra a Justiça Eleitoral de Campos, que, segundo ele, tem sido parcial em favor do tucano Paulo Feijó. Policiais acompanhados de promotores e oficiais de Justiça invadiram a casa de dois assessores de Pudim, o radialista José Carlos Reis e o jornalista Mauro Silva, ex-secretário de Comunicação da governadora Rosinha Matheus, mulher de Garotinho.
A Justiça Eleitoral havia determinado uma busca na casa dos dois em razão de uma denúncia anônima de que teria chegado um carro forte com dinheiro para financiar a boca-de-urna de Geraldo Pudim. Não foi encontrado dinheiro, mas apenas cinco exemplares do jornal partidário da campanha do PMDB.
Garotinho disse que não há clima de guerra para a eleição. Ele criticou os candidatos do PT, do PSDB e do PDT, que chegaram a pedir a presença do Exército na cidade. Os conflitos que ocorreram em dois comícios "foram briga de gangues", na opinião dele.
Ontem, Garotinho fez discurso ameno e conclamou os militantes a ir à votação com camisetas e bonés com o número de Pudim. O secretário licenciado de Segurança Pública do Rio disse que o discurso estava de acordo com o tempo, chuvoso e frio.
No discurso ele apresentava Pudim "como candidato do povo contra os candidatos da elite".
Questionado sobre a prática populista do PMDB, flagrado distribuindo cestas básicas para a população, afirmou:
"É isso mesmo, o candidato do povo somos nós. Esse negócio de cesta básica é bobagem. O que temos é um processo social. As cestas básicas não foram criadas agora. Quem melhor definiu a ação social foi o [sociólogo] Betinho [1935-1997]: quem tem fome tem pressa. Vocês que estão de barriga cheia podem esperar".


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