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Maria volta a assombrar
da Reportagem Local
Maria Martins (1894-1973) é
uma espécie de alma penada
da arte brasileira. Sempre que
o Brasil decide olhar para o
Brasil, como nesta Bienal,
suas obras voltam a assombrar. A questão é: por que a
esqueceram?
Maria (1894-1973) foi a única brasileira a integrar o grupo
surrealista, nos anos 40. Foi
amiga de Breton, de Ernst e
amante de Marcel Duchamp.
Maria encantava a todos
com uma obra que mesclava o
onírico do surrealismo com
formas que remetiam à arte
indígena ou pré-colombiana.
Fazia uma espécie de surrealismo amazônico, envolto por
sexo e violência.
Talvez decorra daí o ostracismo. Para os padrões
bem-comportados da arte nacional, Maria incomoda. Seus
falos, vaginas dentadas e corpos despedaçados ainda espantam.
(MCC)
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