São Paulo, sexta, 2 de outubro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice MONOCROMOS Sala ensina a ver o branco
especial para a Folha A sala Monocromos trata de uma questão central na arte deste século. Ela mostra até que ponto avançou a experiência da pura percepção estética, desligada de qualquer representação do mundo real. Nas obras monocromáticas, em vez de elemento de composição, a cor se torna matéria ou vazio que informa o olhar do espectador. Os primeiros artistas a trabalhar com as vibrações de uma única frequência de cor foram os suprematistas russos e Piet Mondrian (1872-1944). Com cerca de 30 obras principalmente brancas, a sala constitui um bom panorama da tendência. Para o espectador de primeira viagem, as obras podem parecer iguais, mas é preciso se acostumar às várias ilhas de cor e buscar os textos de apoio. Entre os brasileiros, Hélio Oiticica foi um dos principais praticantes do monocromo. Por volta de 1959, ele confeccionou placas coloridas de madeira que confundem obra e suporte e pulsam intensamente, dialogando com o meio ambiente e sugerindo tridimensionalidade. Oiticica não está na sala, mas obras suas que estão espalhadas pelo evento utilizam tal linguagem. O russo Kasimir Malevitch inaugura a sala com sua "Pintura Suprematista" (1927). Bastante raro por aqui, o italiano Piero Manzoni (1933-1963) será conhecido por meio de seus "Acromos" (sem cor), que começou a realizar em 57. O argentino Lucio Fontana (1899-1968) é outro destaque. Sua obra elevou a cor ao patamar da tridimensionalidade, ao inserir sobre superfícies monocromáticas zonas de sombras e profundidades provocadas por cortes e furos. (ALVARO MACHADO) Visite o site oficial da XXIV Bienal de São Paulo Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
|