São Paulo, domingo, 03 de março de 2002

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1958

Edison, o que virou Rei aos 17

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Pelé aperta a mão do rei sueco Gustav VI antes da final Brasil x Suécia, em Estocolmo, em 1958


O maior jogador da história, dono do apelido mundialmente conhecido, é registrado erroneamente, chamado de sete nomes diferentes e, após participar de uma única Copa, acaba coroado como Pelé

Edison, Edson, Edinho, Edico, Dico. Depois Pilé, Pelé e Rei. A parteira Amélia Bitencourt foi uma das poucas testemunhas do nascimento de Edson Arantes do Nascimento. Na rua 13, em Três Corações, no dia 23 de outubro de 1940, veio ao mundo o homem dos máximos números da bola: três títulos da Copa e 1.279 gols. Dondinho não percebeu que o nome de seu filho tinha sido regis­ trado como Edison, e não Edson. Não tinha muita importância. A família transformou o Edison em Edson, em Dico. Mas era o futebol que ia batizar o menino. O goleiro Bilé, companheiro de Dondinho, inspirou o moleque, que repetia o nome dele incorretamente: ‘‘Pi­ lé’’. De tanto falar errado, virou Pelé. Pelo resto da vida. Quando mudou para Bauru em 1945, Pelé não gostava de seu ape­ lido. Não tinha idéia de que iria, com o nome, sanar todas as frus­ trações esportivas do pai, bom jo­ gador que parou a carreira depois de uma contusão e que acompa­ nhou pelo rádio com o filho a der­ rota da seleção na Copa de 1950. ‘‘Quando eu crescer, jogarei na seleção, e o Brasil será campeão’’, prometeu e profetizou Pelé. Celeste, sua mãe, tentou várias vezes brecar o contato do filho com o futebol. Não deu. Com 10 anos, já jogava em um time que só aceitava garotos com mais de 13. Ajudou a criar o 7 de Setembro. Para tentar levantar fundos para o time, Pelé teve certa vez de fugir de um policial após pegar amendoim de um trem. "O menino é uma dádiva de Deus." Assim, Valdemar de Brito conseguiu convencer Celeste a deixar Pelé ir para Santos. Estreou na equipe da Vila no dia 7 de setembro de 1956 e fez um gol antológico. O caminho para o ti­ me titular estava aberto. Assim como o da seleção e da Copa. Com 17 anos, deu show. Contra o País de Gales, um gol majestoso. Contra a França, foram três. Na fi­ nal, um gol de placa, com chapéu e tudo, e um de cabeça para co­ roar o primeiro título do Brasil. No dia seguinte, um jornal fran­ cês estampou: ‘‘Rei do Futebol’’.



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