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São Paulo, sexta-feira, 03 de outubro de 2003

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RELATÓRIO LINK

Geólogo dos EUA sugeriu desistir de exploração no país

RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

Se dependesse do relatório da primeira equipe encarregada pela Petrobras de estudar a viabilidade da produção no país, "talvez tivesse sido mais negócio fechar tudo e comprar óleo de fora".
A frase do geólogo Giuseppe Bacoccoli, professor da UFRJ, é a conclusão lógica do trabalho chefiado pelo americano Walter Link, que, entre 1954 e 1960, esteve à frente do Departamento de Exploração da estatal.
Em uma única passagem, chega a sugerir que poderia "ser melhor" a exploração do "escudo continental" (mar). Mas o norte-americano repisa em diversos momentos sua conclusão de que seria um desperdício de recursos insistir nas explorações no país. Bacoccoli, que trabalhou na Petrobras de 65 a 97, diz que, do ponto de vista técnico, o geólogo americano tinha razão no que diz respeito à exploração em terra. "Exploração no mar era novidade."
O professor trabalhou no primeiro poço perfurado no mar pela estatal. A plataforma continental se revelaria, a partir dos anos 70, o trampolim para a meta brasileira de auto-suficiência.
Link podia estar certo, mas, segundo Hélio Pereira da Silva, 78, que integrou a equipe do geólogo, também faltou sorte. Em Sergipe, por exemplo, onde mais tarde seria encontrado o campo de Carmópolis, "foi escolhida uma locação em que se furou e não deu em nada".
Link chegou a ser acusado de estar a serviço da petrolífera americana Standard Oil, sua ex-firma.


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