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RELATÓRIO LINK
Geólogo dos EUA sugeriu desistir de exploração no país
RAFAEL CARIELLO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Se dependesse do relatório
da primeira equipe encarregada pela Petrobras de estudar a viabilidade da produção no país, "talvez tivesse sido mais negócio fechar tudo e comprar óleo de fora".
A frase do geólogo Giuseppe Bacoccoli, professor da
UFRJ, é a conclusão lógica
do trabalho chefiado pelo
americano Walter Link, que,
entre 1954 e 1960, esteve à
frente do Departamento de
Exploração da estatal.
Em uma única passagem,
chega a sugerir que poderia
"ser melhor" a exploração
do "escudo continental"
(mar). Mas o norte-americano repisa em diversos momentos sua conclusão de
que seria um desperdício de
recursos insistir nas explorações no país. Bacoccoli, que
trabalhou na Petrobras de 65
a 97, diz que, do ponto de
vista técnico, o geólogo americano tinha razão no que
diz respeito à exploração em
terra. "Exploração no mar
era novidade."
O professor trabalhou no
primeiro poço perfurado no
mar pela estatal. A plataforma continental se revelaria,
a partir dos anos 70, o trampolim para a meta brasileira
de auto-suficiência.
Link podia estar certo,
mas, segundo Hélio Pereira
da Silva, 78, que integrou a
equipe do geólogo, também
faltou sorte. Em Sergipe, por
exemplo, onde mais tarde
seria encontrado o campo de
Carmópolis, "foi escolhida
uma locação em que se furou e não deu em nada".
Link chegou a ser acusado
de estar a serviço da petrolífera americana Standard Oil,
sua ex-firma.
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