São Paulo, terça-feira, 03 de outubro de 2006

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Eleições 2006 - Presidência

Alckmin tem mais apoios entre os eleitos

Candidato tucano à Presidência deve receber o apoio de 14 primeiros colocados das eleições para governador, e Lula, de 13

Os que estão do lado de Alckmin e encabeçaram pleito regional representam 62% dos eleitores, contra 32% do atual presidente

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, sai na frente do petista Luiz Inácio Lula da Silva quando são contabilizados os apoios que deve receber dos primeiros colocados nas 27 eleições de governadores.
O tucano tem apoio de 14 primeiros colocados nas disputas estaduais de domingo, contra 13 apoios de Lula. A diferença é que os que estão do lado do PSDB representam 62% dos eleitores nos Estados, pois são localidades mais populosas.
O presidente Lula tem o apoio de governadores ou de candidatos a governos estaduais que terminaram o primeiro turno na frente em 13 Estados, mas que reúnem só 38% dos eleitores brasileiros.
Partido com maior número possível de governadores eleitos quando o atual processo estiver encerrado, o PMDB não deve fazer uma declaração de apoio formal a Lula nem a Alckmin. O partido se dividiu no primeiro turno e essa deve continuar a ser a regra também agora.
"A tendência é que todos mantenham as suas posições já assumidas no primeiro turno", diz o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que apoiou Lula no primeiro turno -embora localmente, em Alagoas, tenha ficado com o tucano Teo Vilela, que foi eleito governador. "O Teo deve apoiar o Geraldo Alckmin, e eu continuarei a apoiar o presidente Lula", declara Renan.
O mapa do Brasil com as vitórias de Lula e de Alckmin em cada Estado no primeiro turno é um pouco diferente do mapa com os apoios de governadores eleitos e de primeiros colocados nas disputas locais.
O Brasil ficou dividido quase entre Norte e Sul quando se comparam as votações de Lula e de Alckmin. A situação fica diferente se são considerados os primeiros colocados nas disputas estaduais -e que agora vão para o segundo turno- no Pará, na Paraíba e em Pernambuco. São três Estados que abrigam, juntos, 10% do eleitorado nacional.
No Pará, o tucano Almir Gabriel teve 43,8% dos votos, contra 37,5% da petista Ana Júlia Carepa. Como Lula é muito forte localmente (o petista registrou 51,8% entre os eleitores paraenses), Gabriel teve alguma dificuldade para ajudar Alckmin no primeiro turno. Agora, o confronto fica mais fácil, até porque terá também contra si uma candidata do PT no dia 29.
Uma situação semelhante ocorre em Pernambuco, Estado no qual Lula teve 71%. O candidato à reeleição, Mendonça Filho (PFL), terminou em primeiro lugar, com 40% dos votos, mas ficou numa situação delicada para apoiar o presidenciável tucano. Agora, como seu adversário no segundo turno, Eduardo Campos (PSB), estará com PT, a situação fica mais clara.

Sul e Sudeste
Lula, do seu lado, terá alguns apoios a serem conquistados no Sul e no Sudeste. No Rio de Janeiro, a expectativa é que Sérgio Cabral (PMDB) apóie o PT, pois a sua adversária, Denise Frossard (PPS) ficará com Alckmin.
Um apoio antes quase apenas tácito deve vir agora mais aberto para Lula em Santa Catarina. Trata-se do candidato do PP, Esperidião Amin, que disputa o segundo turno contra Luiz Henrique (PMDB). Como o PMDB catarinense fechou com o PSDB, restou a Amin alinhar-se com Lula e o PT.


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