|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Presos estão sujeitos à tortura
da Reportagem Local
A violência policial e as más condições do sistema
carcerário são duas das principais formas de desrespeito aos direitos humanos no Brasil. Entre janeiro de
1995 e novembro de 1998, 1.749 civis foram assassinados por policiais militares no Estado de São Paulo.
Apesar de alto, o número representou avanço em relação ao período de 1991 a 1994, quando 3.108 pessoas
morreram em decorrência da ação da polícia.
A atuação dos policiais militares esteve na origem da
maioria dos casos de repercussão internacional registrados no país nos últimos 20 anos, como o assassinato
do operário Santo Dias da Silva, em 1979, o massacre
de 111 presos no Carandiru, em 1992, ou a morte de 19
sem-terra em Eldorado do Carajás (PA), em 1996.
Nas prisões, o Brasil apresenta as mesmas deficiências da maioria dos países: superlotação, maus-tratos,
massacres, rebeliões e péssimas condições de vida. Já
se tornaram comuns no país as imagens de presos
amontoados em distritos policiais, tendo de se revezar
no sono por não haver espaço para todos se deitarem.
Há 50 anos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos ostenta em seu artigo 5º o princípio de que ninguém deve ser submetido a tortura e a tratamento ou
punição cruéis, desumanos ou degradantes. Além da
Declaração, há outros documentos da ONU que reafirmam os direitos humanos dos presos, como as Regras
Mínimas para o Tratamento de Prisioneiros, de 1957.
A situação nos EUA também é crítica. No final de
1996, o número de pessoas encarceradas chegou a 1,7
milhão, o dobro do que havia em 1985. Alguns Estados
reintroduziram o acorrentamento em grupo de presos. Alabama foi o primeiro a reintroduzir trabalhos
desses presos à beira de rodovias, seguido por vários
outros. Alguns presídios passaram a usar cintos elétricos em lugar de correntes, permitindo às autoridades
eletrocutar detentos a uma distância de 10 metros.
(CT)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|