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1º do país tem período integral e é só para meninos
Colégio de São Bento diz valorizar cultura clássica e formação humanística
Coordenadora afirma que bom corpo pedagógico e alunos com perfil socioeconômico elevado explicam o resultado
DA SUCURSAL DO RIO
O bom resultado do Colégio
de São Bento no Enem não é
surpresa para os cariocas. Além
de já ter aparecido bem em outros Enems, o colégio sempre
foi bem avaliado -quase sempre na primeira colocação-
quando, na década de 90, a
UFRJ e a Uerj divulgavam rankings de aprovação em seus
vestibulares.
Segundo a supervisora Maria
Elisa Penna Firme, além de fatores como bom corpo pedagógico e alunos com perfil socioeconomico elevado, um dos fatores que explica o bom resultado
da instituição é a valorização de
uma cultura clássica e da formação humanista. "Temos aulas de história da arte, de apreciação musical, de filosofia e de
sociologia que ajudam os alunos a ter acesso a um conhecimento mais amplo."
Além de ter a fama de um colégio rigoroso e tradicional,
uma característica marcante
do São Bento é o fato de até hoje
ele não admitir meninas, apesar da pressão de alguns pais
para que possam matricular
suas filhas na instituição. "Esse
é um assunto que está em pauta, mas ainda não há definição",
afirma a coordenadora.
Outro fator que explica o sucesso da instituição é o ensino
em tempo integral. No ensino
médio, os alunos entram às
7h30 e saem às 16h30. No horário da tarde, participam de atividades extracurriculares e outras diretamente relacionadas
ao currículo, mas trabalhadas
de forma diferenciada no horário da tarde, como oficinas de
redação, de física e da prática
em laboratórios. Além disso, há
aulas de apoio, onde o estudante pode tirar dúvidas diretamente com os professores.
"Acreditamos que o melhor
lugar para estudar é na escola.
Isso não substitui o estudo em
casa, mas a presença de um
professor ajuda muito."
Apesar de o colégio dizer que
sua prioridade não é com a formação para o vestibular, a coordenadora diz que, no último
ano, não há como não adaptar
as atividades na escola à preparação para os exames.
Logo abaixo do São Bento no
ranking do Enem entre os colégios cariocas aparecem dois outros estabelecimentos religiosos que sempre ficam nas primeiras posições dos rankings
em provas: o Santo Agostinho,
com unidades no Leblon (zona
sul) e na Barra (zona oeste), e o
Santo Inácio, de Botafogo (zona sul).
A novidade da lista dos melhores cariocas neste ano é o
Mopi (Moderna Organização
Pedagógica Integrada), da Tijuca (zona norte do Rio) que cobra uma mensalidade também
elevada para os padrões do Rio
(varia de R$800 a R$ 1.300),
mas que tem uma proposta pedagógica bastante diferente da
do São Bento, por exemplo. Foi
a 1ª turma de ensino médio da
instituição, com 12 de 14 alunos
fazendo o Enem.
Para a diretora do Mopi, Regina Canedo, a característica do
Enem -considerada por muitos educadores uma prova que
exige mais raciocínio e menos
decoreba do aluno- beneficiou
sua escola por estar mais próxima da filosofia do Mopi do que
provas de vestibulares mais
tradicionais.
A exemplo do São Banto, o
Mopi também oferece aos alunos um horário integral -ainda
que algumas das atividades do
contraturno sejam opcionais.
Em termos de disciplina e tradicionalismo, o Mopi tem uma
prática mais liberal. Seus alunos, por exemplo, participam
dos conselhos de classe. "Dessa
maneira, eles aprendem a colocar de forma democrática o que
sentem. Eles podem, democraticamente, fazer uma crítica a
uma aula da qual não estão gostando, mas têm que aprender a
fazer isso de forma respeitosa",
diz Regina. Para ela, a diferença
no perfil dos colégios melhor
avaliados no Enem mostra que
não há uma receita única para o
bom desempenho.
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