São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Bandeirantes, 2º melhor, expulsa reprovados

Alunos são classificados e divididos em turmas de acordo com a área; é usado ainda o critério do desempenho acadêmico

Segundo a escola, formação de turmas homogêneas com base nas competências e no resultado de notas ajuda no processo educacional

TALITA BEDINELLI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

É semana de provas no Colégio Bandeirantes (na zona sul de São Paulo). Entre um teste e outro, as bibliotecas ficam lotadas e os rostos dos alunos se escondem atrás de laptops -que são da escola e podem ser emprestados para o uso no local.
"É lotado assim todos os dias, não apenas nas vésperas das provas", diz o coordenador cultural do Bandeirantes, Emerson Bento Pereira. A escola ficou em segundo lugar entre as melhores da capital paulista.
Nas prateleiras da biblioteca, estão disponíveis para os alunos mais de 28 mil exemplares de livros e enciclopédias, além de 64 títulos de revistas nacionais, 26 de estrangeiras e 18 dos principais jornais do mundo.
"O colégio tem um padrão acadêmico bastante puxado", define o diretor-presidente da escola, Mauro de Salles.
Puxado, na concepção do Bandeirantes, implica uma fórmula educacional que expulsa os reprovados e estimula a concorrência entre os alunos. Quem não passa em mais de três disciplinas tem de estudar em outro lugar.
Além disso, os alunos são classificados e divididos em turmas de acordo com a área -humanas, exatas ou biológicas. As turmas são ainda compostas conforme o rendimento dos alunos. A classificação é refeita todos os anos, conforme as notas finais dos alunos.
Os bons ficam na turma A. Os medianos vão para a B, e os fracos, para a C.
Para o Bandeirantes, a homogeneização das turmas segundo suas competências e desempenho em notas ajuda no processo educacional. Com isso, o professor não precisa atrasar o desenvolvimento dos mais avançados para tirar dúvidas, às vezes básicas, dos mais atrasados. A escola diz também que isso permite que o professor possa dar um atendimento melhor aos que estão enfrentando dificuldades, dando mais atenção às explicações.
Para a direção, o segredo do sucesso está no investimento feito nos educadores. O professor de matemática Irineu Franco Júnior concorda. Ele iniciou um mestrado na Escola Politécnica da USP em 2000, teve que trancar o curso por falta de recursos e voltará em breve aos estudos com ajuda do colégio. Receberá um computador e auxílio para a compra de livros.
Dos 143 professores da escola, 12 fazem mestrado, 28 são mestres e dez, doutores. Além disso, 60% deles lecionam há mais de dez anos no local. Recebem salários que vão de R$ 44 a R$ 60 por hora de aula dada.


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