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Dan Graham
Graham mostra sua psicodelia
Expoente da produção conceitual, artista compara instalação que traz à Bienal à pintura de Seurat
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA,
EM NOVA YORK
Um dos pioneiros da video-arte e da performance nos anos
70, hoje um dos nomes-chave
da produção conceitual, o norte-americano Dan Graham, 64,
ostenta um currículo que o coloca entre os principais convidados estrangeiros da 27ª Bienal de Arte de São Paulo: seu labiríntico universo de reflexos e
transparências já esteve exposto quatro vezes na Documenta
de Kassel (1972,1977, 1982 e
1992) e três na Bienal de Veneza (1976, 2003, 2005). Grandes
museus, como o Whitney, em
Nova York, também já receberam suas obras.
No Brasil, ele mostrará, fora
do pavilhão da Bienal (no gramado do parque Ibirapuera),
uma composição de vídeos, fotografias e maquetes. Segundo
Graham, a montagem da obra a
céu aberto não traduz um desejo de criticar a instituição museu. "Adoro o museu, acho um
lugar romântico, de encontros,
seja o saguão, a livraria, o banheiro ou o elevador. Mas minha obra, em vez de estar dentro de um espaço industrial, fica em uma área externa, onde
as pessoas que passam podem
deitar, relaxar", diz.
O que esse público verá, afirma ele, é uma tentativa de diálogo com a aplicação do vidro
em prédios comerciais. "Nos
anos 90, boa parte desses edifícios ganhou formas elípticas.
Então, fiz modelos barrocos.
Lido com clichês do pior dos
anos 80, com prédios espelhados que transformo em modelos psicodélicos. Minha obra
funciona como ponto de encontro, um pouco como o impressionismo de [Georges]
Seurat", explica.
Se o pintor francês é referência para Graham, o mesmo não
pode ser dito das formas de Oscar Niemeyer, que irão rodear
sua instalação no Ibirapuera.
"Minha obra tem curvas, mas a
questão é outra, é óptica. Dentro da construção que preparei
para a Bienal, dá para deitar e
olhar o céu. Não tem nada a ver
com o Niemeyer: a obra dele é
de formas, formas vazias", opina. Mas há outro arquiteto brasileiro cujo traço agrada ao artista: Vilanova Artigas. "Ele
tem muito do Frank Lloyd
Wright e nunca se repete. Ele
realmente põe o comunismo
em prática."
(LUCRECIA ZAPPI)
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