FERNANDO RODRIGUES
EM SÃO PAULO

O PT pode terminar o processo eleitoral com 36 das 96 cidades mais importantes do país (26 capitais e outras acima de 150 mil eleitores). O PSDB, seu maior rival, tem chance de atingir 30 desses municípios. As 96 cidades mais relevantes do país têm 46,4 milhões de eleitores. Isso equivale a 38,7% do eleitorado nacional -119.820.376 neste ano, habilitados para votar em 5.562 cidades.
O quadro geral dessas 96 cidades, publicado hoje pela Folha, mostra a hegemonia de PT e PSDB nos grandes centros urbanos. As duas siglas já faturaram 22 dessas localidades no primeiro turno. Há petistas disputando o segundo turno, dia 31 de outubro, em outros 24 municípios. Tucanos classificaram-se para 20.
PT e PSDB se enfrentam em nove segundos turnos no dia 31 deste mês. Em quatro deles, os petistas chegaram na frente no último domingo: Santo André (SP), Osasco (SP), Vitória (ES) e Cariacica (ES). Em seis cidades os tucanos terminaram o primeiro turno em vantagem: São Paulo (SP), Curitiba (PR), Contagem (MG), Cuiabá (MT), Diadema (SP) e Ponta Grossa (PR).

Esforço
Para se manterem em destaque nos centros urbanos, PT e PSDB terão de se esforçar bastante no segundo turno. Até agora, os petistas só venceram em 12 dessas cidades -hoje, detêm 29 delas. Os tucanos têm atualmente 19 municípios grandes e só garantiram dez até o momento.
Outro número importante a ser considerado é o eleitorado governado de cada sigla -mais relevante do que o número de cidades, pois permite aferir a presença de uma agremiação nas maiores cidades. Hoje, o PT governa 19,7 milhões de eleitores nas 96 cidades mais importantes. O PSDB, 8,4 milhões. O que destoa nessa conta é o município de São Paulo, com 7,8 milhões de eleitores e atualmente sob a administração petista de Marta Suplicy.
No limite, se petistas ganharem todos os segundos turnos que vão disputar, a sigla passará a governar, a partir de 2005, um eleitorado de 23,4 milhões nas principais 96 cidades. No mesmo cenário, os tucanos podem ficar com até 17,6 milhões de eleitores governados nesse mesmo universo.
Na hipótese de José Serra (PSDB) vencer em São Paulo, tanto PT como PSDB ficarão com um eleitorado governado semelhante nos grandes centros urbanos.
Os tucanos têm sido neste processo eleitoral uma pedra no sapato dos petistas em cidades relevantes. Em Ribeirão Preto (SP), berço político do ministro da Fazenda Antonio Palocci, o candidato do PT ficou de fora e um tucano passou ao segundo turno com chances de vitória.
Em Piracicaba, foi expelido da disputa o atual prefeito, José Machado, ex-deputado federal e ex-líder da bancada do PT na Câmara. A eleição ficará entre Barjas Negri (PSDB) e Roberto Morais (PPS). Negri é amigo pessoal de José Serra, a quem sucedeu no Ministério da Saúde na campanha presidencial de 2002.

Oposição e governo
Quando se observa os números totais das 96 cidades mais relevantes, nota-se a prevalência dos partidos que apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no plano nacional -embora tenham divergências regionais.
Juntas, as siglas pró-Lula já elegeram 29 cidades grandes, mas têm 83 candidatos disputando os 44 segundos turnos. Os partidos anti-Lula garantiram no domingo 20 centros urbanos, só que classificaram apenas 57 candidatos para o próximo dia 31.
O PMDB ainda está presente nas cidades relevantes, mas só na parte de baixo da lista -quando o eleitorado já se aproxima dos 150 mil. Embora a apuração dos votos mostre 13 peemedebistas em segundos turnos, eles só garantiram cinco cidades no domingo, nenhuma de grande porte: Campo Grande (MS), Belford Roxo (RJ), Ananindeua (PA), Novo Hamburgo (RS) e Ipatinga (MG). É mais uma demonstração de que o PMDB segue seu rumo para o interior do país.
O mesmo poderia ser dito do PFL, exceto pelo fato de que Cesar Maia venceu no primeiro turno a eleição para prefeito do Rio de Janeiro. Depois de São Paulo, o Rio tem o segundo maior eleitorado municipal do país (4.414.090).


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