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RESPONSABILIDADE SOCIAL
Investimento pode ser mais eficiente do que marketing sozinho
Ação comunitária rende ganho permanente à marca
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro projeto social da
Fundação Orsa foi o Programa
Formação, implantado em Campinas (SP) em 1994. A unidade
atendia 80 crianças e adolescentes
da periferia do município. A partir de então, 1% do faturamento
anual bruto de todas as empresas
do Grupo Orsa passou a ser revertido para a fundação. Foram investidos R$ 52,2 milhões em um
período de dez anos.
A idéia, conta Sergio Amoroso,
51, presidente do grupo, surgiu do
fato de a empresa ter crescido, nove anos depois de seu nascimento,
três vezes mais do que o projetado
para a vida toda. "Achei que tinha
de fazer algo para a sociedade."
O objetivo nunca foi, segundo
ele, obter vantagens para a imagem da empresa. E continua não
sendo. "Daria bem menos trabalho investir diretamente em marketing", afirma Amoroso. Mas a
fundação e o grupo já receberam
diversos prêmios, tanto de responsabilidade social como de
marketing, pelas iniciativas.
Com o trabalho social vêm o reconhecimento das comunidades
beneficiadas e a motivação dos
funcionários envolvidos nos programas, dizem os especialistas.
Para o consultor de responsabilidade social da Arno, Mauro de
Almeida, qualquer ação de produto está fadada a morrer logo,
enquanto ações que beneficiem a
imagem da marca são cumulativas. "Quanto mais a empresa consegue atingir as pessoas com os
benefícios, maior é a projeção que
ela obtém. Não há indicadores
concretos que mostrem isso, mas,
hoje, não estar engajado é muito
negativo para a imagem corporativa", argumenta.
Segundo ele, os projetos de responsabilidade social da companhia mudaram a disposição dos
funcionários da Arno. "A equipe
está mais motivada, dá para perceber a mudança de comportamento." Os projetos focam o não-desperdício de recursos naturais.
No caso das lavadoras de roupa,
por exemplo, uma cartilha acompanha todo produto comprado
com dicas para economizar água.
Ainda assim, pesquisa feita neste ano pelo Instituto ADVB de
Responsabilidade Social com
2.819 empresas de todo o país revelou queda de 14% nos investimentos corporativos em ações sociais de 2003 para 2004.
A percepção de que esse tipo de
ação repercute na imagem é, contudo, crescente: 89% das empresas entrevistadas disseram que a
responsabilidade social faz parte
da visão estratégica na tomada de
decisões e na forma de gestão
-tanto é que 58% manifestaram
intenção de aumentar os investimentos na área em 38% em 2005.
Segundo Lívio Giosa, coordenador da pesquisa, as empresas estão muito mais preparadas para a
prática. A redução no volume investido é, para ele, resultado de
uma melhora na aplicação dos recursos. "As corporações aprenderam a não gastar em coisas incertas", afirma ele.
O estudo também mostra que a
atuação comunitária é vista hoje
com uma condição básica de sobrevivência pelo empresariado.
"Atualmente, a responsabilidade
social é uma vantagem competitiva. Quem não pratica não entendeu ainda a nova personalidade
que o setor privado adquire ao se
preocupar com isso." (RGV)
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