RICARDO YOUNG
ESPECIAL PARA A FOLHA

O projeto humanizador da ONU, representado pelos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, os quais os 191 países-membros comprometeram-se a atingir até 2015, está completando cinco anos e passou pelo primeiro balanço internacional, em setembro, em Nova York, na assembléia-geral da ONU.
Uns dias antes, no Fórum Internacional de Negócios 2005, também em Nova York, lideranças empresariais, ONGs e representantes do sistema ONU discutiram o papel da iniciativa privada para o alcance dos ODM.
Nossos empresários têm muito a acrescentar ao movimento, como bem atestaram os casos brasileiros lá apresentados: Natura, Pão de Açúcar, MD Papéis, Basf, Aché Laboratórios, Banco do Brasil e CEF.
Daqui para frente, o desafio que se impõe é estabelecer as metas brasileiras de sustentabilidade relacionadas aos ODM. Essa adaptação está sendo executada pelo Ipea e pelo IBGE. Eles integram, junto com ministérios e representações do Sistema ONU no Brasil, o grupo técnico constituído pelo Governo Federal para acompanhar os ODM.
Foram eles os responsáveis por publicar, em setembro de 2004, o primeiro Relatório Nacional de Acompanhamento sobre o tema. Ao longo de 96 páginas, o documento examina cada um dos ODM. Não se limita aos números. Procura sentidos. A partir dessas constatações, tem sido possível traduzir os ODM para o Brasil que desejamos.
O Instituto Ethos relacionou os Indicadores Ethos de Responsabilidade Social Empresarial a cada um dos ODM. Surgiram, assim, sugestões claras sobre as iniciativas que as empresas podem adotar.
Por fim, ao realizarmos essa avaliação, constatamos o seguinte: embora marcada pela desigualdade e submetida freqüentemente a decepções, a sociedade brasileira emite, com sua ação criativa, sinais de que manteve a capacidade de acreditar no futuro e de construí-lo.