|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TALENTOS ESTRATÉGICOS
Oportunidade de crescimento na carreira e competitividade são fatores de retenção
Executivo-chave quer mais do que boa remuneração
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cargos altos, grandes responsabilidades, detenção de informações estratégicas. O pensamento
natural é que, para o pessoal-chave de uma organização, a recompensa seja uma bela conta bancária. Mas a retenção de um profissional do alto escalão tem ido
além de salários, benefícios ou
mesmo contratos de confidencialidade. As "amarras" são satisfação, desafio e competitividade.
Segundo Paulo Kretly, presidente da consultoria FranklinCovey, das quatro necessidades básicas do executivo, uma é, de fato,
salário competitivo. Mas o profissional também quer um ambiente
de confiança para trabalhar,
aprendizado contínuo com cursos de fôlego, como um MBA, e a
possibilidade de ver seu legado
crescer dentro da empresa.
Se boa remuneração é ponto pacífico, os executivos querem se
sentir desafiados e competitivos.
"Entre os 35 e os 50 anos de idade,
o foco de curto prazo do executivo não é o dinheiro, e sim manter-se competitivo", diz Flavio Kosminsky, sócio da Korn/Ferry. "É
paradoxal: para mantê-lo na empresa, é preciso que ele se sinta
competitivo no mercado. Por isso
ele não sai dali e sabe que a remuneração será conseqüência."
Projetos que proporcionem desafios, contatos com outras áreas
e visibilidade na empresa são
bem-vindos. "O básico da retenção é dar tarefas desafiadoras. Os
executivos querem riscos, mas
também grandes oportunidades
de serem bem-sucedidos", diz
Marcos Aurélio Reitano, superintendente-executivo de recursos
humanos do BankBoston.
Desde 2004, o banco mantém o
programa Talent Planning para
os 60 funcionários em nível de superintendência executiva (equivalente à diretoria) e vice-presidência. A partir de avaliações e
discussões com chefes e pessoal
de recursos humanos, o banco faz
mudanças na estrutura e desloca
pessoal para projetos como desenvolvimento de novos mercados. "Mudanças consolidam funções e desafiam talentos, criando
mais responsabilidade e poder. O
executivo ganha visibilidade dentro do banco", avalia Reitano.
Algumas novas demandas podem se realizar fora do ambiente
de trabalho, como projetos sociais
e atividades que envolvam a família. "O funcionário entra com a
mão-de-obra, e a empresa, com
doações", exemplifica Kretly.
Prejuízo
Diante das dificuldades de perder um profissional, é melhor esforçar-se para mantê-lo. Num
banco, por exemplo, executivos
do alto escalão detêm informações estratégicas sobre negócios,
novos produtos e investimentos.
"Perde-se uma pessoa que já tinha cultura e informações daquela organização, elementos essenciais para a estratégia. Um sucessor pode demorar para render o
mesmo que o anterior", avalia
Lindolfo Albuquerque, professor
de RH da FEA-USP.
Além disso, a saída pode significar perder grandes negócios. "A
empresa prepara a pessoa para
que ela retribua gerando receita,
"market share" e visibilidade", arremata Kosminsky. (MI)
Texto Anterior: Objetivos de Desenvolvimento do Milênio: Empresas e sociedade Próximo Texto: Paixão pelo sucesso:Diferencial competitivo Índice
|