São Paulo, segunda-feira, 08 de março de 2004

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DA COSTURA AO TÁXI

Foi a primeira vez que a motorista de táxi Sandra Conceição Moretti entrou em uma van Kia Besta. Deu uma olhada no painel, ajustou o banco, colocou o cinto de segurança, ligou o carro e perguntou: "Para que lado vocês querem que eu vá?". Saiu guiando tranqüilamente. O carro foi aprovado: "Queria ter um desses para trabalhar de perueira".
Sandra conta que, antes de virar taxista, era costureira. "Foi como aprendi a dirigir", brincou. O passeio, até Perdizes, transcorreu normalmente. Ela teceu elogios ao carro, mas não aprovou a direção. "É muito fininha, a mão não fica firme." Segundo ela, guiar um carro de passeio não é muito diferente de conduzir a Besta: "Mas tem de tomar cuidado com a traseira. Se fizer curva muito aberta, fecha os outros motoristas".
Seu avaliador, Sérgio Monteiro, diretor de projetos especiais da Dynamics Bureau de Perícias, pediu que ela parasse em uma ladeira de Perdizes para testar suas reações. Ela puxou o freio de mão e, quando recebeu a ordem, desengatou o freio e arrancou suavemente em direção ao fim do passeio. Apesar do bom desempenho, há gente que não entra em seu táxi, só porque ela é mulher.


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