Brasil atinge títulos inéditos, recordes, consagra veteranos e se despede de Fernando Meligeni em Pan marcado por gafes, erros e pela derrota dos campeões mundiais de vôlei

DA REPORTAGEM LOCAL

Já no desfile de abertura dos Jogos de Santo Domingo uma imagem representava o que seria a competição. O levantador Maurício, do vôlei, carregava, constrangido, uma bandeira brasileira, fornecida pelos organizadores, com círculo azul totalmente fora do padrão.
Vinte anos após o caos em Caracas, a Vila do Pan voltou a sofrer com falta de água e luz. Delegações mais abonadas, entre elas o Brasil, providenciaram aparelhos portáteis de ar-condicionado para os atletas.
No basquete, a seleção feminina perdeu dos EUA graças a um ponto "fantasma" anotado pelo placar. Ao checar o teipe do jogo, os brasileiros pediram revisão, mas não foram atendidos -foram bronze.
Se havia lutado pelo quarto lugar no Pan anterior, o Brasil almejou subir um posto em Santo Domingo. Travou batalha acirrada com o Canadá até o último dia. No final, empatou em ouros (29), mas perdeu em número de pratas (57 a 40).
Para isso, teve boas campanhas no atletismo (cinco ouros), judô (cinco) e vela (três). A natação contou com os veteranos Fernando Scherer, Gustavo Borges e Rogério Romero para subir três vezes até o alto do pódio. Borges, aliás, atingiu oito títulos em Pans. Ele está empatado com o mesa-tenista Hugo Hoyama, que chegou ao seu oitavo título com o triunfo em duplas. O nadador, porém, soma uma medalha a mais (19).
Na vela, Robert Scheidt alcançou o tricampeonato na laser. O nadador Fernando Scherer também atingiu o terceiro ouro nos 50 m livre.
Fernando Meligeni, com 32 anos, escolheu Santo Domingo para se despedir do tênis. Deu adeus às quadras com vitória emocionante na final sobre Marcelo Ríos, do Chile.
Alguns esportes conseguiram feitos inéditos, como os saltos ornamentais, com duas pratas e um bronze. A canoagem venceu no K2-500, com Carlos Campos e Fábio Demarchi. A patinação artística debutou com Marcel Stürmer.
O handebol levou dois ouros (feminino e masculino), e o futebol feminino foi campeão.
O vôlei, no entanto, protagonizou o maior fiasco brasileiro nos Jogos. Campeã mundial um ano antes, a seleção masculina tropeçou diante da Venezuela e teve de se contentar com a medalha de bronze.
O título do Pan-Americano é o único que falta à equipe do técnico Bernardinho.


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