São Paulo, Segunda-feira, 15 de Fevereiro de 1999
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"O pior é contar ao marido"

da Sucursal do Rio

Aceitar desfilar com os seios de fora não foi nada, diz a ambulante Dalila Costa de Oliveira, 24. O pior vem agora: contar ao marido. "Ele não sabe nem que eu vou desfilar."
Quando o Carnaval passar, Dalila voltará ao marido, aos dois filhos e ao trabalho de ambulante. Ela também já quis ser modelo e atriz, mas desistiu aos 15 anos, quando engravidou, se casou e deixou de estudar.
A ambulante foi descoberta, assim como outras beldades anônimas da Imperatriz, na quadra da escola. Não tem medidas de modelo, mas de mulata profissional: 1,69 m de altura, 105 cm de quadril, 70 cm de cintura, busto 42.
Antes de ser aceita como destaque, teve que passar pelo crivo de uma especialista em beleza: a administradora do barracão da Imperatriz, Regina Cairo, ex-funcionária de uma casa de shows no Rio. Regina faz o que chama de "controle de qualidade" das garotas escolhidas para o desfile.
"Vejo se o peito está em pé, se tem celulite, estria, barriga. Da cintura para baixo, ainda dá para fazer algum truque. Para sair de peito de fora, porém, tem que estar tudo certinho, como a Dalila", diz.
A professora de inglês Fátima Cunha também acha que tem corpo perfeito. "Não quero ser a rainha da cocada preta, mas saio assim porque sei que vai ficar bonito." Fátima diz que seu namorado tem um pouco de ciúmes, mas aceita o delírio: "No fundo, todo homem gosta de saber que sua namorada é bonita e admirada". (FE)


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