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Idade e localização definem metade do preço do imóvel
Usado com mais de 15 anos vale até 50% menos do que um de sete anos
GIOVANNY GEROLLA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Do valor sentimental ao sol
que bate na sala, são muitas as
variáveis subjetivas que definem o preço de um imóvel.
Avaliar o peso de alguns quesitos, porém, ajuda tanto o vendedor como o comprador a chegar ao valor mais adequado.
Um ponto de partida é estimar o preço do metro quadrado. No site do Creci-SP (www.creci.org.br, no link "Pesquisa"), dá para consultar esse valor em cada bairro -para chegar a ele, o conselho faz um balanço mensal dos negócios fechados nos últimos meses.
A partir desse dado, é preciso
considerar vários outros fatores. A idade pode cortar o preço
pela metade. Segundo dados da
pesquisa do Creci-SP, um imóvel de padrão médio com mais
de 15 anos em zona nobre (em
bairros como Vila Nova Conceição, Paraíso e Morumbi) vale de 47% a 50% menos do que
um que tenha até sete anos.
"Imóveis junto a cemitérios,
com janelas para muros, onde
não há ventilação ou em prédios muito antigos e deteriorados, sem garagem, perdem
muito seu valor", diz a corretora Silvia Sapienza. Ela calcula
que, nessas condições, o bem
custe 20% menos do que a média de mercado.
Quem compra um usado deve descontar do preço o que será gasto em reformas e benfeitorias. Só armários custam de
R$ 2.000 a R$ 3.500 por metro
quadrado, segundo a arquiteta
Karina Afonso e Matheus Padovani, diretor da Construtora
Padovani Obras e Projetos.
O gasto com pintura e reformas elétrica e hidráulica varia
muito devido à diferença cobrada pela mão-de-obra. Segundo especialistas consultados pela Folha, pode ir de R$
70 (conhecidos) a R$ 900 (empreiteira) por metro quadrado.
O preço sobe
Fica mais complicado negociar quando o valor sobe. "O
pior é convencer o cliente,
equivocado, de que o preço
imaginado não é real. Só porque ele "ouviu dizer" que o vizinho de cima conseguiu", diz
Roberto Capuano, ex-presidente do Creci-SP.
Para Sapienza, a localização é
o que faz a diferença. "Ruas
sem saída estão em alta, bem
como os imóveis próximos a estações de metrô e em bairros
que têm características mais
residenciais. O importante é visitar muitos imóveis e se informar sobre o bairro", diz.
Wilson Gomes, consultor da
ABMM (Associação Brasileira
de Moradores e Mutuários),
aposta no poder de barganha.
"Tudo depende da condição do
imóvel. Às vezes ele é no Morumbi, mas fica ao lado de uma
viela perigosa."
Preço alto força mudança
Ao pensar em partir
para a casa própria, o
bibliotecário André
Araújo, 29, procurou-a
na Aclimação (zona
sul), onde morava em
apartamento alugado.
Ele logo percebeu que
os preços subiram
rapidamente e acha
que isso se deve à
especulação de
corretores. Ele
comprou, então, um
apartamento no
centro, pelo qual
pagou 40% menos do
que o que teria gasto
no bairro em que
morava
VALORIZA
>> Localização visada valea açtéã 50%
do preço
>> Pouca idade
-preços de novos e velhos,
do mesmo tamanho, na
mesma região, variam até
100%
>> Andar alto
>> Vaga na garagem
>> Boa manutenção, como
instalações elétrica e hidráulica
reformadas e revestimentos
bem cuidados
DESVALORIZA
>> Regiões com altos índices
de criminalidade ou
vizinhança barulhenta,
como avenidas de tráfego
intenso
>> Proximidade de cemitérios e vista para
muros baixam o preço na
ordem de 10% a 20%
>> Distância muito
grande do centro da
cidade
>> Dívidas condominiais
e na prefeitura (impostos
municipais)
>> Condomínio caro
Fontes: Secovi-SP, Creci-SP e imobiliárias
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